Tia Daíra desfrutava da mão de obra da minha mãe e
provável auxílio de minhas irmãs para lavar e passar suas roupas (que não eram
muitas). Certo dia minhas irmãs foram levar as ditas roupas na casa dela. Insisti
que me deixassem acompanhá-las, porém elas, juntamente com minha mãe, se
opuseram. Após algum choro, ao vê-las partindo para a parada de ônibus, decidi
que iria até lá.
Minha maior preocupação era a avenida principal que
cortava (e até hoje corta) Taguatinga ao meio. Após poucos minutos de suas
saídas, comecei minha primeira e maior jornada infantil, que seria percorrer 2
a 3 km e efetuar a perigosa travessia. Durante o percurso imaginava que todos
se surpreenderiam, ficariam alegres e até me parabenizariam pela façanha. Imaginem,
então, o quanto fiquei decepcionado ao ser recebido com broncas e indignação,
principalmente por parte de minha tia, que fez com que voltássemos rapidamente
para avisar minha mãe. Minhas irmãs, principalmente a mais velha, me repreendeu
todo o trajeto de volta.
Não me lembro se apanhei de minha mãe ao chegar em casa. Mas
aprendi a lição. Talvez essa minha primeira empreitada a tenha deixado, de
alguma forma, preparada para outras que ocorreriam num futuro próximo. E, por
falar nisso, aumentei o tamanho dos meus textos para não demorar a chegar nas
narrativas de minhas viagens, pois minha mais nova cunhada disse-me que aguarda
essa parte com muita ansiedade.
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