As meninas também
falavam muito em ir à fazenda, que se situava na área rural chamada Souza, até
que um dia empreitamos nesse passeio. Andávamos despreocupadamente, até vermos
algumas vacas a margem da estrada numa distancia próxima a 10 metros, como
deveríamos prosseguir eu morrendo de medo abaixei e caminhei, o mais rápido que
pude pedindo que elas me acompanhassem. Andei por vários metros nessa posição,
com o olhar fixo nas vacas, quando voltei o rosto para estrada, deparei com ela
toda ocupada por um grande rebanho de gado, olhei ainda ao redor e estava só,
pensei: - é o fim acabou. Ainda muito abalado virei-me ao contrario, para
tentar correr, só ai vi as meninas chegando, com um vaqueiro conhecido que as
protegia então senti um grande alívio.
Pretendo discorrer pausadamente e tentar provar que não há verdade absoluta no meio em que acreditamos viver.
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
RMM – Autobiografia 163
A menos de 300 metros
da casa de minha tia tem um pequeno córrego, que se agiganta na época da cheia.
Certo dia, reunida toda molecada, brincávamos alegremente, até sermos interrompidos por uma
grande bronca do tio Tozinha, mandando -nos voltar para casa imediatamente e
dizendo que merecíamos uma boa surra, ao seu lado o Tio Toninho ainda atordoado.
Porventura o Tozinha o encontrara a quase cem metros, da área em que estávamos.
Tendo sido ele arrastado pela pouca, mas forte água do córrego. Neste dia e nos
outros que seguiram, só ouvíamos bronca dos mais velhos por onde andávamos.
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
RMM - Autobiografia 162
Às vezes dormia na tia
Nega, gostava de ficar com as meninas, porém a noite ela arrumava minha cama no
seu cômodo de costura que ficava separado do quarto delas por uma cortina, isto
me desencorajava de pousar por lá, pois dificilmente se quer dormia numa cama
só. Uma coisa que as meninas diziam com frequência é que se fizéssemos o dois,
de cima de uma goiabeira os porcos estando por perto comeriam. Passou algum
tempo até que nós realizamos essa façanha, pelo menos uma vez. Havia num cômodo
separado, do lado da casa do avô paterno delas, uma mesa de sinuca. Quando ele
nos permitia jogar eu ficava muito satisfeito.
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Epístola de Setembro
Novo jornal, nova foto.
E os amigos? Só aumentam em quantidade e qualidade. Quando o Fernando (Folha da
Copaíba) disse-me:
-
O Sadema nos deixou. Se quiser continuar comigo...
-
Já estou aqui, vamos trabalhar.
Apesar de ter iniciado no referido jornal através do
Sadema, sabia que pelo seu caráter ele jamais demonstraria alguma disposição de
me receber no Portal da Leitura (seu novo jornal). Se isto ocorresse, teria que
ser por iniciativa minha, como aconteceu agora.
Na última noite que estive na cidade, muitos me
constrangeram (modo de falar), como normalmente acontece, das pessoas ficarem
me agradecendo a todo o tempo:
- Você me ajudou quando precisei. (menciona um pacote de
arroz, um frango, etc.)
-
Que isso! Não fiz mais que a obrigação.
Ao
passar por minhas mãos, quebraram-se três ou quatro mercados. O meu grande
arrependimento é não ter conseguido atender alguns pedidos.
O
que mais me irritou em todo esse tempo foi quando aquele que tem por nome o som
do filhote da galinha ter feito a primeira festa do aniversário do seu filho,
praticamente bancada por mim, com a promessa de pagamento futuro (o que ainda
não ocorreu). Minha irritação, na verdade, foi ele não ter sequer me convidado
para a festa. Isso não atrapalhou nossa amizade, pois eu tinha uma dívida moral
com ele (coisa de homem).
Decepção
grande mesmo foi quando comprávamos bebida e a pessoa que eu acompanhava disse
ao dono do depósito (meu xará) que pagaria o valor do concorrente, o que daria
uma diferença de mais ou menos R$2,00. Isto agora, no réveillon. Percebendo que
a discussão era por isso, peguei a mercadoria e falei: “Vamos embora. Brigar
por essa mixaria?”. Em seguida, pai e filho não me responderam, quando lhes desejei
Feliz Ano Novo. Não me ouviram ou se negaram a retribuir. Detalhe: há uns 15
anos ficaram me devendo, entre outras coisas, um cheque de R$600,00, que se
encontra no fórum, e jamais lhes virei a cara ou deixei de cumprimentá-los por
isso. Estranho, não?!
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
RMM - Autobiografia 161
Lembrei agora, que
estando no sítio da tia nega, avistei uma cobra junto ao fogão caipira, alertei
os adultos, que a mataram. Tratava-se de uma esquisita (não sei se é considerada)
serpente, de cor amarelada e a calda não fina, terminando repentinamente
acompanhando a largura do corpo. Talvez por isso a chamávamos de cobra-de-duas-cabeças,
pois estando ela parada é difícil identificar o que é cabeça ou calda. Já havia
visto uma na época do posto, e após esta também vi outras. Acho que elas gostam
de ficar sob a terra.
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
RMM - Autobiografia 160
Numa tarde, ao chegar
com as vacas próximas ao curral, para o aparto, deparei com uma cobra, não tinha
mais que um metro e constituía-se de cores vivas, fui até os adultos peguei um
machado e disse que iria matar uma cobra, minha mãe recomendou cuidado. Procurei em meio à vegetação encontrei
e matei o bicho (não imaginava que me tornaria
por anos um matador de cobras). Quando retornei minha mãe falou que para este
tipo de situação seria melhor usar uma vara flexível. Encontrávamos frequentemente
também pela chácara, uma pequena cobra que chamávamos de cobra de vidro, pois
ela literalmente se quebrava com facilidade e quando assustada se estivesse sobre
o chão seco e liso, movimentava-se muito rápido como fazem as cobras, porém não
saia do lugar. Um dia vi uma se alimentando de capim.
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
RMM - Autobiografia 159
Assim que passei a
frequentar a chácara, avistava varias ratazanas, que andavam próximas a casa
dos japoneses, principalmente no quintal da frente que dava para a casa onde iríamos
morar, então algumas semanas após a mudança fui até lá armado de varas, paus e
pedras. Consegui matar algumas, dias depois chamei o Samaroni e a Célia para
matarmos outras, que ficavam no galpão geminado a casa do Japão. Eram impressionantes os chiados de desespero
que os bichos davam, quando começávamos a revirar a bagunça, já corriam
emitindo altos sons. O ponto crítico foi quando uma das grandes subiu pelas
pernas da Célia, que ficou paralisada. Após esse incidente suspendi a matança,
e tirei a Célia da cena. Ela não tinha mais que 5 anos de idade.
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
RMM - Autobiografia 158
Até então ainda víamos muitos hippies, com suas calças boca de sino
arrastando pelo chão, envolvendo normalmente altos tamancos de madeira: diziam
que eles não tomavam banho e para nos era normal evitá-los, de igual modo agíamos
com referencia aos crentes que eram pouquíssimos comparados aos dias de hoje e
os que mais se destacavam eram as testemunhas de Jeová. Em nova Veneza havia
uma congregação próxima a casa de minha avó paterna (vó Rita) evitávamos até
mesmo olhar naquela direção.
De modo geral as pessoas eram demasiadamente feias
principalmente os homens, pois não se cuidavam e normalmente faltava algum
dente na boca, quando não usavam dentaduras ou aparelhos que se chamavam pontes:
umas eram móveis que imitavam a dentadura e outras deixavam metais à mostra
permanentemente. Era normal vermos mulheres com grandes bobes, presos ao cabelo,
andando pelas ruas e também nunca se arrumavam a não ser para algum evento,
pelo menos era assim na minha região.
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
PMM 146
“Tá precisando rezar
mais, orai e vigiai.” “vá se tratar, camarada! Procure ajuda profissional...” “agora
eu fiquei preocupada. Coitada da rose.” “coitado é do Pedro, ele que ta agora
redigindo o blog... kkkk imagina meu pai ditando isso e o Pedro escrevendo...”
Estes foram os maldosos comentários que pessoas próximas a
mim, fizeram no face: logo após a publicação do último pensamento, ainda bem
que se dirigiram ao autor não ao texto.
Quando
faço uma leitura, repito quantas vezes for necessário para sua compreensão, às vezes mesmo procedendo assim não me vem o
entendimento. Deixo-a para uma análise futura, ou quando vejo uma obra de arte
como quadros etc. Sei que não vou compreender, então apenas contemplo. Na formulação
do citado texto em minha mente, pensei em escrever coisas pessoais, mas ao
pegar a caneta elas foram partindo para o campo filosófico, provavelmente
movida por forças estranhas que se encontram em mim.
Obs: este texto fiz
poucas horas após ler os comentários no face, agora trinta horas após o ocorrido,
digo referindo-me as pessoas ligadas aos comentários respectivamente.1 minha Irmã
caçula tem como hábito preocupar-se mais que qualquer outro membro pelo bem-estar
da família, portanto pode ser que não tenha havido maldade em suas palavras e
devemos realmente orar e vigiar; 2 meu cunhado ou ex não sei, tem passado por
problemas, tentando superá-los dedicando ao humor, principalmente via zap. Considerei
alguns sarcásticos e estava pensando numa forma de alertá-lo sem desagradá-lo; 3
este foi o da minha mais nova cunhada, que pegando a onda teve a infelicidade
de citar uma pessoa, que não quer seu nome relacionado a meus textos ou a
certas atitudes minha;4 por último minha filha que em referencia a mim,
procura se portar como uma pré adolescente rebelde, apesar dos seus quase
trinta anos e incutiu no erro de sua atual tia.
Tenho certeza que se realmente estiver passando por momentos
difíceis, posso contar com qualquer um dos citados.
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
PMM 145
Por momentos
turbulentos tenho passado.Numa forma poética religiosa poderia descrevê-los assim:
me encontro só, fisicamente, do meu lado esquerdo;um aglomerado de demônios; a
direita alguns seres contidos por luzes tão intensas, que ao penetrarem meu cérebro
o confundi, tornando-as para mim quase em escuridão e dificultando identificá-los
individualmente.Um eu sei que percorreu trilhões de quilômetros, traspassando
varias galáxias e universos, vindo realmente de onde a personalidade ‘Pai De Toda
Criação’ reside (que é um local físico inatingível, até mesmo pelas mentes humanas),
O qual em volta todo o resto gira;outros se encontram aqui a centenas de
milhares de anos.Ao todo não totalizam sete figuras angelicais.Já os demônios conheço
a cada um, e o maioral é conhecido de todos, seu nome é egoísmo e no amontoado
se destacam ainda outros, em formas masculinas e femininas:Medo,vaidade,sexo,covardia,vicio,ignorância,orgulho,sensualidade
etc. Todos envoltos por uma densa nuvem escuta que leva o nome de mundo.Eles também
me conhecem e me chamam pelo nome,e murmuram.Como não os ouso bem dirijo-me a
eles para ouvi-los melhor, e entre outras coisas me dizem serem meus
companheiros a décadas, e não pretendem me abandonar pois suas companhias muito
me agrada, e que também devo tudo o que sou e tenho a eles. Servem-me comidas e
bebidas e na descontração da conversa, esqueço-me totalmente daqueles os quais
virei as costas, até ouvir sussurrarem meu nome, viro-me e fico no limiar da
fumaça, quando um deles, aproximando-se põe as mãos em meus ombros e fixa-me o
olhar, nesse instante os demônios me envolvem, a ponto de não mais perceber as mãos
daquele anjo, me desespero e procuro acordar, por pensar que tudo possa ser um
sonho ou pesadelo, mas percebo que tudo e mais que real,então um vazio subitamente
me consome.
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
RMM - Autobiografia 157
No programa Flávio Cavalcante
apareceu um hippie magrelo e acanhado, assim que começaram a tocar os
instrumentos, ele entrou com o vocal sendo interrompido pelo apresentador por
um ou dois minutos, não me lembro do motivo, após recomeçarem achei muito
estranho a música que falava entre outras coisas: boca cheia de dente e corcel
73. Tratava-se da primeira apresentação do Raul Seixas na TV. Por falar em
carro outros que se destacavam era o esportivo puma e o similar SP2 da VW. Os
caminhões eram os caras chatas da Mercedes e um tal de FNM (fenemê), havia também
as Scania vermelhas ou amarelas com uma grande buzina expostas na parte externa
do veículo próximas ao motorista e outros caminhões acho que da Ford, tipo
esses que transportam estudantes em filme de terror americano, no caso aqui a
versão fechada chamávamos de jardineira.
Assinar:
Postagens (Atom)