Outro dia no início da
noite, ouvi gritos do Júnior: seu Manel seu Maneeel... Pensei ser alguma
palhaçada, pois ele sempre foi metido a cômico. Depois da gritaria minha
memória guarda o registro de todos juntos na entrada da varanda, minha mãe
choramingava com as mãos no pescoço avermelhado, seu Manel pedia calma, e
parece que meus irmãos principalmente a Geni, demonstravam uma grande indignação
em palavras. Meu pai parou por pouco tempo e falou: - isso é pra você aprender
a respeitar os outros, respeita os outros. Aparentava alterado, mas não
embriagado, e eu nos meus dez ou onze anos achei que seu Manel deveria ter sido
mais enérgico.
Segundo relatos: meu pai deu uma
esbarrada numa moça com o RT ou um leve atropelamento, como queira, tendo ela
logo em seguida corrido aos prantos, e minha mãe ficou cobrando de meu pai, (pelo
percurso de retorno a chácara, cerca de quinze quilômetros). Que deveria ter
seguido a moça para prestar-lhe alguma forma de ajuda. No final meu pai não conseguiu
conter sua tensão e a enforcou com as duas mãos. Apenas o Júnior os acompanhava
e não conseguiu fazer com que a agressão cessasse. No final minha mãe pedia
calma e nos dizia que já estava tudo bem.
Pretendo discorrer pausadamente e tentar provar que não há verdade absoluta no meio em que acreditamos viver.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
RMM – Autobiografia 195
Um fato muito chato, também
ocorrido na fazenda foi quando o Camargo e um grupo de amigos e parentes
passaram uns dias por lá, e se envolveram num acidente. Eles deram a versão do
ocorrido, mas por outras vias chegou ao meu pai que estando eles se divertindo,
correndo pra lá e pra cá numa carroça, em determinado momento o cavalo
escorregou e caiu, tendo quebrado a perna. Porém meu pai nada falou a qualquer
um deles e o animal foi sacrificado assim que ele chegou à fazenda, para tomar a
decisão em referência ao grave ferimento do cavalo.
sábado, 21 de fevereiro de 2015
PMM – Eu Sou Deus 11ª parte
O catolicismo representa o cristianismo? Não, o
cristianismo foi o nome dado aos primeiros seguidores de Cristo, através principalmente da pregação dos apóstolos, e
como em toda organização se as principais mentes forem perdidas, no caso em
especial citado pela morte, ela é profundamente afetada, se não houver nomes a
altura de seus precursores. - Mas Pedro fundou o catolicismo – você esta afirmando,
que tipo de estudo fizeste para defender esta que para você é uma verdade? –
todos nos sabemos disto. – outra afirmação, quão difícil é remendar trapos
velhos com panos novos, pois sempre o último prevalecerá ao primeiro, tornando
a reforma inviável. – senhor sou Eli Mancebo: prego o evangelho e tenho mais do
que esta multidão presente de seguidores, na outra vida serei um ser influente?
– numa realidade que você não conhece não existe outra vida, a espiritual nasce
aqui mesmo nesses casulos, se a respeito de sua instituição. Você provavelmente
estará na presença do Altíssimo e lá ouvira o que já foi dito antes quando
falaram: “profetizamos em seu nome e realizamos diversos milagres, expulsamos demônios
e falamos línguas estranhas” e recebera como resposta: - pois bem, ponha-se
aqui a minha esquerda. – mas senhor? – afastai-vos de mim todos vós que
pratiqueis iniquidades teu lugar é entre os que rangem os dentes. – anti Cristo.
Foi a ultima palavra do único cidadão a se identificar ate aquele momento. – é mais
fácil passar um camelo no buraco de uma agulha do que um rico ir para o céu? –
bem, naquela época todos julgavam isto impossível, mas hoje em dia alguns já consideram
essa possibilidade falo do camelo. Aquela geração era por demais, dura e ignorante o que tornara necessário palavras
ásperas, porem vos digo, concordando com o pensamento que todos os ricos,
homicidas, ladrões de não serem excluídos do reino dos céus. Mas no caso em
particular citado os milionários podem sim entrar no reino, basta que num
determinado momento ele esteja disposto. “a largar tudo que tem e seguir o reto
caminho”. Do contrario será mais fácil sim o camelo.....
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
PMM 163
Qual o limite do carnal
ao espiritual se referindo ao amor? Onde começa um e termina o outro? O carnal
é aquele que todos nós conhecemos e está diretamente ligado ao sexo e a tudo que
lhe rodeia. Refiro-me a homem e a mulher, lógico. É devido a esse citado amor
que estamos aqui no mundo físico ou natural. E o espiritual? Infelizmente nessa
e em tantas outras gerações ele se mistura ao carnal, e nesta miscigenação não
conseguimos saber qual a proporção de cada é usada nos diversos momentos. O
amor espiritual esteve mais presente em nossa historia quando foi disseminado há
dois mil anos atrás, o motivo todo mundo sabe. Como se relacionavam os homens e
suas mulheres naquela irmandade? Tenho certeza que uns completavam os outros e
eram felizes. E Paulo de Tarso e o tal Francisco de Assis? Se tivessem tido parceiras
talvez pudessem ter sido mais produtivos, pois um antigo ditado é sempre
válido. “por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher”. Mas no caso
particular destes dois acharíamos alguma mulher disposta a acompanhá-los? No decorrer
do passado provavelmente muitas acreditavam que poderiam fazê-los, mas como
seria? Paulo vivia de um lado para o outro, enfrentando diversas complexidades
e Assis além de tudo pregava que deveríamos dar e receber esmolas, e até mesmo
depender delas para sobreviver. Uma mulher, digamos: “com o pé no chão”, jamais
confrontaria a tradição milenar da sociedade apenas por um amor carnal, pois
com certeza seria tachada como louca assim como todos os santos são em seus
dias, só após suas mortes as gerações os reverenciam. Feliz foi Jesus que no
decorrer de sua vida teve varias noivas e porque não dizer esposas: aquelas sim
foram mulheres fiéis, castas e a ele somente a ele, se dedicaram por toda vida.
Talvez antes do, segundo sol chegar saberemos qual é o limite do carnal ao
espiritual.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
RMM – Autobiografia 194
Ah, antes que me
esqueça, desde os três ou quatro anos já sabia, devido às palavras de minha mãe,
que os padres e freiras eram os santos sobre a Terra e que o Papa era a autoridade
máxima: uma espécie de homem deus, sabedor de tudo; que mentir era pecado assim
como diversas outras coisas, e que ir para o céu era um tanto difícil, mas devíamos
nos esforçar para evitar o inferno, que se encontrava no fundo da Terra, aonde caldeirões
de líquidos imundos fervia; de vez em quando criaturas malignas passavam
instrumentos com lâminas afiadas, obrigando a todos os ocupantes a mergulhar
suas cabeças na gosma. Ainda bem que havia o purgatório, e eu tinha esperança de
ser digno de passar por ele: este lugar era destinado à purificação de nossos
pecados e após um tempo angustiante nele, poderíamos ir para o céu, carregado
por anjinhos de asas brancas, aonde um idoso chamado deus e seu filho cabeludo
e barbudo nos receberiam. Lá encontraríamos os finados que meu velho pai
costumava citar e outros tantos que já haviam partido desta para outra.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
RMM – Autobiografia 193
Na fazenda íamos quase
todos os finais de semana, reuníamos todas as tralhas e partíamos. A Geni a
princípio nos acompanhava, mas em alguns meses passou a detestar o passeio,
falava que não iria e muitas vezes até chorava, só de pensar que ficaria só na
casa da chácara, que nem tranca na porta do fundo tinha, encostávamos uma
cadeira. Mesmo chorando insistia em ficar, minha mãe normalmente pedia para
alguns de nós lhe fazer companhia e às vezes olhava para mim neste intuito, mas
sempre recusei.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
RMM – Autobiografia 192
Certa vez na fazenda, a
Geni falou que atravessaria a represa de comprido (pouco mais de cem metros). O
Camargo duvidou, e disse: - se você atravessar te darei cem cruzeiros (o que equivaleria
hoje a cento e poucos reais). Ela cumpriu sua palavra, e eu me lembro que ele
se negou a pagar, pois imaginou que seria sem paradas o que não ocorreu.
Comentando este fato com a Geni em dias recentes, ela relatou-me que a Isaura
se opôs muito ao fato dele dar o dinheiro, mudou o humor e cochichou várias
vezes ao ouvido do Camargo. Minha mãe tomou o partido dela, porém seu Manel e
praticamente todos os outros presentes, exigiram que ele cumpri-se o prometido.
Ultimamente minha memória não anda das melhores, mas creio que a Geni disse-me
ter pegado a grana no final da historia.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
RMM – Autobiografia 191
Nossa relação sempre
foi conturbada, ele um militar durão (parece que passou do exército para a P.M
de Brasília, isto era comum até poucas décadas, não só no militarismo, mas em
muitos outros órgãos em nosso país). Eu uma criança habituada à tortura, porém
acreditava ter algum poder, por ser rico. Numa certa manhã presenciava ele, seu
Manel e algum outro pelando um porco (processo no qual joga-se água fervente,
ou em nosso caso, também fazíamos labaredas de fogo, com palhas de bananeiras
secas envolvendo o animal e rapidamente passasse a faca pelo corpo do porco,
como se barbeia por exemplo). O nariz do Camargo, devido ele estar muito
resfriado, pingava sobre o bicho. Após observar aquilo por alguns minutos criei
corajem e falei: - o seu nariz ta pingando no porco. – tem nada não e só água.
Outra vez estávamos os dois a pescar na represa, que aliás chamávamos de lagoa.
Eu arremessava a vara como se fosse um chicote e ele disse: - só tem um tipo de
peixe que gosta desse barulho e aqui não tem dele. Não gostei nada deste
comentário, virei o rosto para ele e fiquei encarando-o, isto a uma curta distância, porém ele não
olhou para mim por sorte, pois eu pretendia dizer: - a vara é minha, a lagoa e
a terra é do meu pai e eu faço do jeito que eu quiser.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
RMM – Autobiografia 190
Estranho, poucas
semanas depois vi novamente o João, num shopping da cidade (alameda) que fica próximo
à casa que minha mãe achou que moraria logo após o barraco do posto. Dei-lhe um
tapa na costa: - e aí Camargo, de novo?. – e aí camarada, pois é. No final da
curta conversa retrucou. – pô, mas se toda vez que você me ver me der um tapa
desse, eu to lascado. Respondi: - ta vou tentar não fazer mais isso, mas se
fizer não reage não. Uns dias após este último encontro, pensei tê-lo visto
passar por mim em um veiculo. Estranho não, após trinta anos ver um antigo
amigo três vezes no curso de poucas semanas.
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