Minhas viagens 179

    Vitor Hugo havia passado a tarde fora e assim que chegou acendeu a lareira. Eu estava no banho, após me vestir lhe disse: Yo mi voy amanhãna no pepe Mujica. Tendo ele repetido esta última frase e compreendido (tenho dificuldade de comunicação com Jorge e o Vitor já com a Cristina é mais fácil), por fim, perguntei se ele gostaria de ir comigo, tendo ele respondido: No, no tengo nada para mirar lá, vá usted. Fui, mas não obtive sucesso em vê-lo, mas conheci um de seus seguranças de nome Pablo que me tratou muito bem.

Minhas viagens 178

    Me sinto abandonado pelo casal. Tiveram seus motivos para me deixarem, quais poderiam ser? O Vitor Hugo que aparentemente tem pouco estudo, nada deve ao outro. Pela sua sensatez ficou muito irritado quando percebeu que o louco casal estava abrigando em sua casa um estrangeiro que nunca haviam visto antes e lhe trouxeram, deram-lhe comida e disseram que poderia ficar o tempo que quisesse (isto no primeiro dia). Numa caminhada mais longa que fiz indo até o Mujica a pé, passou pela cabeça deles que eu poderia não voltar e a Cristina me relatou sob o olhar aguado do Jorge que não queriam nem pensar no dia que eu partiria.

Minhas viagens 177

    Hoje 10/de junho/2017 na antevéspera do dia dos namorados estoy acá em frente a uma estufa que prefiro chamar de lareira. O Vitor Hugo a pôs em funcionamento ontem, por coincidência ou não, um dia após eu ter dito a ele que não estava suportando o frio. Cristina e Jorge vão passar a noite fora, a primeira depois que me adotaram. Aliás já se cumpriu um décimo de minha viagem aqui... ao fracioná-la à partir do primeiro dia na chapada, tive uma boa ocupação para a minha mente. Ao invés de quatro ou cinco dias eu tinha mais que um décimo cumprido de prazo estimado por mim para a duração da viagem. A cada dia fazia cálculos, o tempo passava e tornava-se frações ou porcentagens referindo-se ao total.

Minhas viagens 176

 Às vezes ouvia latidos de cachorro e cantos de galo. Era a melhor coisa que acontecia, me sentia menos solitário. Também após alguns dias ouvi sons parecidos com motosserras, ficava imaginando se seus manipuladores me achariam. Me olhava numa pequena poça que se formava na depressão de uma pedra, ali era meu espelho. Lavava o rosto e escovava os dentes várias vezes ao dia, isto diminuía meu sofrimento. Após o décimo dia normalmente me aninhava entre troncos e pedras e por uma pequena abertura na vegetação podia admirar um morro que há do outro lado da pista, uma parte que parece talhada e que dá a impressão que forma ali uma caverna.

Minhas viagens 175

   Ah! No estres do nono dia, a terça do jejum, me deu uma vontade imensa de pegar um dos pequenos peixes que foram meus fiéis companheiros do início ao fim e comê-lo, até mesmo vivo. Imaginem minha angustia. Foi quando me lembrei das sardinhas: abri, comi e bebi o caldo, meu organismo não só pedia, mas implorava, afinal, eram quase nove dias sem ingerir nada do reino animal. Aliás, via morte do mesmo.

Os Iluminados 10

      E assim a mente de Ou trabalhava no decorrer daquela estranha, tensa e longa sabatina: fora as interferências aflitas e quase desesperadas de sua esposa que ele num breve intervalo a flagrou pesquisando no Google " ilumi..natts.. Ou deixou claro que nada faria que contrariasse a Lei de Deus, acreditando que por assim dizer eles relacionariam estas palavras aos dez Mandamentos. Que de uma forma profana, creio; os deles eram ou são onze. E apesar das negativas " que não contrariariam " o não matarás " era acrescentado de ( sem motivo). E Ou devaneava no que poderia ser aquilo tudo e até onde iria.

Os Iluminados 9

    Ou lembrou-se do filme " O homem de 6 milhões de dólares" e sabia que nem em sonhos trabalhadores comuns, mesmo com doutorados e outras coisas se quer pensariam em possuir tamanha fortuna. E sabia que se ele tivesse bem menos conhecimento poderia aceitar aquilo tudo e usufruir. Sendo que por fim não perderia a alma. Apenas uma miserável vida mundana. Mas não! Com seu conhecimento ele poderia perder talvez dezenas de vidas e milhares de anos para um reequilíbrio e poder novamente deslumbrar a vida eterna.

PMM 266

     Há tempos alguns disseram que deus falou para sacrificar animais, humanos, rasgar as vestes e se banhar em cinzas. Um se destacou por dizer que ele lhe ordenara matar o próprio filho. Depois escreveram também ou entenderam que deveria: rezar, oras Jejuar, ajoelhar e com o rosto no chão implorar a misericórdia e graça do divino deus. Até que Um filho falou: Deus é Amor. E hoje é! Sois Deuses porque Eu Sou. Despertem! Tem gente enganando a gente. Vejam nossa vida como está.

Minhas viagens 174

     No décimo terceiro dia da chegada, ouvi barulhos na água logo pela manhã: pensei; agora não é gado. Quando me aproximei logo vi uma lontra nadando de um a outro lado como se tivesse se divertindo, fiquei a olhá-la de longe procurando não ser visto, até que temendo perdê-la de vista me aproximei, pois ela foi nadando e andando córrego acima. Quando me deparei estava há menos de dois metros do bicho emergido que logo subiu e me viu. Fiquei imóvel, ela assustou e submergiu e rapidamente subiu de novo me olhando sem entender, isso se repetiu até que eu fiz um movimento e fui identificado por ela, então num grande susto submergiu e sumiu do campo de minha visão. Na água e enquanto ela se movimentava aparentava bastante com uma grande e robusta serpente.

Minhas viagens 173

     Montevidéu 28/de maio de 2017: Ontem a noite mexendo em meu notebook sem internet desde que saí de Brasília, sem mais nem porquê deparei com um livro salvo, sem me lembar como, mas em fins de março provavelmente o salvei sem no entanto souber fazê-lo. Logo após salvar um por mais de dez vezes também sem saber como. Bem! Nele li coisas que me fizeram acreditar que o tempo encurta e talvez e muito provável a parte prática de minha experiência religiosa é iminente, pois não há mais tempo para teorias devido as ações humanos o mundo está por ser destruído. A ciência não poderá salvá-lo e nem tudo o que aprendemos até o momento tão pouco. Ah! Hoje pela tradição é meu aniversário e há dois anos atrás estava na sede da fazenda imaginando o que faria no dia trinta, pois havia uma expectativa quanto a uma festa que se realizaria naquele final de semana em Teresina do Goiás.

Minhas viagens 172

      Imaginei que talvez não houvesse ninguém morando lá e poderia acabar encontrando algo que me seria útil ou até mesmo descansar um pouco numa cardeira, pois já estava cansado de sentar em pedras. Andei até aproximadamente cento e poucos metros da casa, então me reparei com um rasto aparentemente recente da sola de uma bota que acabei chamando de sete léguas. Me deu um frio na barriga olhei ao redor e dirigi-me rapidamente de volta ao acampamento, muito receoso imaginando que quase poderia ter sido descoberto. 

PMM 265

     Óh! Insaciáveis cavaleiros das trevas até quando vos suportareis? Pensai vós que algo dos seus desígnios malignos foge de minha percepção? Idiotizem ainda mais a meus tenros irmãos pois vosso tempo se aproxima. Lhes induzam aos erros inculcando-os com o mal como se fosse bem e o bem fosse o mal. Dê-lhes circo mas não esqueçam o pão. Raça de víboras: filhos da serpente. Divirtam-se enquanto podem pois vosso dia não tarda. Os verdadeiros avatares apenas aguardam a hora da agir. Pois sabemos que Deus é ação.

Minhas viagens 171

      Tornou-se rotina caminhar todas as manhãs, saia do acampamento atravessava uma pequena mata pouco espessa e repleta de pedras, andava paralelo a trilha que me tinha levado direto a casa e quando chegava no rumo dela tinha um trevo que me levaria a ela e em direção contrária. No primeiro dia fui na outra direção, optei no segundo me aventurar a ir rumo a casa. Dirigi-me com todo cuidado até passar por um coxete (espécie de porteira que separa pastos, porém feita de arame e uma ou duas finas estacas).