Vocês já devem ter lido e/ou ouvido por aí essas palavras: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”. Ao nos depararmos com estas palavras ou outras que fazem parte das Escrituras Sagradas acreditamos estar nos deparando com coisas simples, das quais já sabemos. Não importa nosso procedimento: se não roubarmos nem matarmos, ao morrer, iremos para o céu. Os que matam e roubam também pensam assim “ir para o céu”. Não nos diferenciamos em nossos pensamentos e fé.
Dessa forma também pensavam os judeus. Nos tempos de paz acreditavam estar tudo bem, pois eram descendentes de Abraão, filhos da promessa, e assim viviam tranquilos; os livros sagrados, os profetas, o tabernáculo, Moisés, etc. estavam presentes naquela nação. Viviam acomodados como nós, que acreditamos também sermos os donos da verdade. Por pensarmos assim crucificamos Jesus (para nós o Cristo, para eles um profeta a mais a ser morto naquela região). O Cristo, acreditam eles, ainda está por vir.
Mesmo sendo eles tão instruídos pelas Escrituras, não souberam compreendê-las, pois tiveram os corações endurecidos: olhos para ver e não viram, ouvidos para ouvir e não ouviram. Assim como eles se portaram, portamos nós. Estamos confiando nossas almas a escribas e fariseus. Não percebendo que são homens como nós, dados a paixões, concupiscências, maledicências; amantes de si mesmos, que fazem com que acreditemos em coisas inexistentes. E nós, como gado, somos guiados de um lado a outro, cambaleantes como que embriagados, acreditando em lendas e fábulas; como crianças pequeninas que comem o que está ao alcance das mãos “e temos nos alimentado do pior alimento”.