Ao ligar a TV hoje pela manhã, a idosa mostrava um
jovem rico cantor, apoiando certa instituição de proteção a animais domésticos,
divulgando a necessidade de adotá-los. Logo após no canal do religioso, o
jornalismo relatava o fato de um cão encontrado enterrado até o pescoço, estar
bem, porém recebendo ainda alguns cuidados veterinários e também que havia sido
multada uma senhora, flagrada em vídeo torturando um cãozinho e incentivando
seu filho de tenra idade, a acompanhá-la. Vejam até onde vai a banalidade das
coisas, no final disseram que o cão havia sido subtraído da mulher, sem
sequelas aparentes, e a criança? Seria um cachorro espancado mais importante,
que uma jovem criança que havia participado desse ato traumático, protagonizado
por aquela que lhe dera a luz? Deveria os órgãos públicos tomar medidas
punitivas, apenas no que se referia ao cachorro? Não, o mais importante seria o
acompanhamento da vida dessa mulher insana, principalmente em relação a este
filho, ou a outros que ela por ventura tenha. O maltrato e tortura ao meu modo
de ver, não foi maior quanto ao animal, mas sim quanto a criança, se tomaram
alguma medida quanto a isto, não fui informado.
Já fui testemunha de algumas torturas de animais,
como deverei relatar na autobiografia. Num caso mais recente, ocorrido por
volta de uma década, me pediram que clareasse um cão com uma lanterna, para que
fosse sacrificado por disparo de arma de fogo, então falei que clarearia, sendo
que me avisasse na hora do disparo, para que eu virasse o rosto, o executor
perguntou: Ta com medo de ver? Respondi: Não apenas por precaução, vai que
espirra sangue na minha cara. Eu e ele sabia, agora vocês também sabem que
minha resposta não foi uma verdade absoluta.