sexta-feira, 29 de agosto de 2014

RMM - Autobiografia 156

           Esta foi à última coisa que eu consideraria sobrenatural, a ocorrer comigo: as primeiras foram duas aparições de homens adultos (RMM-13) na casa anterior ao posto,  a seguinte que foi a única envolvendo toda a família já no posto (RMM-49). A da QNA foi a segunda mais assustadora (RMM-100) só perdendo para a manifestação do posto que realmente foi sobrenatural, comprovada pela quantidade de testemunhas. Resumindo, ocorreram todas entre os 5 e 9 anos de idade, porém sons de objetos e outros barulhos que eu ligava a fantasmas como passos ou socos, persistiram até meus 14 anos que por vergonha tive que enfrentar estes meus terrores.

            Nessas torturas noturnas que eu me submetia às vezes pensava: será que são os alquimistas que estão chegando?(Jorge bem). 

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

PMM 144

            Ao pessoal do zap: sei que são todos amigos e parentes, mas no momento encontro-me impossibilitado de participar dessa comunidade.Assim que ouvi falar de vocês no final do ano passado tive algum interesse, e até cogitei adquirir um outro celular para ingressar nessa onda, porém fui enrolando, e quanto mais passei a saber a respeito dessa novidade menos interesse tive, além de tudo percebi que a Rose (esposa) não desgruda desse negocio. Então comecei a dizer a quem quisesse ouvir que não trocaria de celular e não participaria de zap zap algum, porém não me ouviram. Ganhei no dia dos pais um aparelho, e complementando o presente me colocaram entre vocês. Sinto-me um penetra, pois desde jovem procuro não ceder a modernismos. Já enfrentei problemas ao adquirir minha primeira televisão após casado, o que também ocorreu com o computador, videogame etc. Até mesmo quando me impuseram meus velhos celulares.

            Resumindo: se alguém quiser me desligar estão autorizados, só não aceito no caso dos herdeiros do Lindolfo se proceder daquele que quer ser o manda chuva, cujo nome e Huascar, pois ele me deve. Quando ainda jovem nos massacrou numa guerra de limões, eu e o than que seguindo os de sua nação (kamikase), entrou na batalha apenas por companheirismo sabendo que a derrota seria iminente. Mas não precisava ser bombardeado por tantos limões, principalmente na cara e orelha pelo tal manda chuva e também o futuro candidato Samaroni.Tendo eu ficado envergonhado diante de seus pais, por receberem o filho todo lambuzado, avermelhado e aos prantos. 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

RMM - Autobiografia 155

             Por falar em fantasma, após poucos meses da mudança (ah! Lembrei-me agora que a casa tinha dois quartos, passando a três quando meu pai acrescentou um cômodo e varanda na área do fundo). Sendo que dormíamos todos em um quarto separado pela sala do quarto de meus pais. Tendo eu acordado um dia no meio da noite como de costume, tive a impressão que algo se movia sobre um colchão de mola numa cama vazia próxima a porta. Pensava eu, que poderia ser uma forma de pessoa em pé sobre a cama, como estava entre as meninas criei coragem para dar uma olhada, e vi uma aparência como se fosse uma grande vela na vertical no que deveria ser a cabeça do ser.  Apesar de ela ter luminosidade própria a luz limitava-se apenas ao objeto. Assim que vi cobri logo a cabeça e os barulhos continuaram até eu pegar novamente no sono.Provavelmente tentei acordar alguma Irma mas não tive êxito. 

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

RMM - autobiografia 154

               De volta a 73, creio que neste ano meu avô Lindolfo faleceu segundo minha memória, pouco antes de mudarmos para a chácara. Após um ou dois meses a Geni acordou em prantos no meio da noite, e todos se dirigiram a ela, que repetia várias vezes:- estou com saudade do vovô. Eu pensava:- ela deve ter visto alguma assombração e chorou para chamar atenção, já faz tanto tempo que o velho morreu porque ela foi chorar logo agora?

            Esta primeira morte de parente me afetou muito pouco, quando fiquei sabendo foi como se dissessem que ele havia feito uma viajem sem volta. Pouco senti, apenas pensei:- nunca mais ouvirei seu ronco. Já sabia que ele iria para o purgatório segundo ouvia falar ou no Maximo apareceria ou falaria com alguém numa forma fantasmagórica.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

RMM-Autobiografia 153

            Benjamim tinha dois ou três filhos e a que me chamava mais atenção era a Abadia (nome que também não conhecia e lembrava-me a palavra bacia), de idade próxima a minha.
         A casa deles era simples, mais já poderia ser considerada moderna naquela época. No banheiro eu sentia um cheiro diferente, após muitos anos percebi que quando se consome muita cebola por alimento, fica um cheiro semelhante nesses lugares. Lá também tive meu primeiro contanto com o xadrez, achei muito estranho todos aqueles movimentos das pedras, vendo a Abadia tentando ensinar o Júnior a jogar. Quis jogar dama no tabuleiro mas não permitiram, bobagem poderia  jogar. O mais difícil foi após a viajem ouvir a música dos foliões durante semanas ininterruptamente em nossa casa, meu pai não cansava de executá-las

sábado, 16 de agosto de 2014

Eu Sou Deus (PMM 143)

            Enfim o dia chegou, e como era de se esperar Eu Sou Deus iniciou pontualmente às sete horas aquele grande evento, com um discurso de abertura, que em suma dizia:

- Cidadãos deste mundo, é com grande prazer que venho vos falar, porém, como foi dito há 2000 anos, para o mínimo de compreensão do que tenho a dizer, necessário é que vocês se tornem como crianças, esquecendo dos seus problemas cotidianos, suas tradições e até mesmo das coisas que vocês imaginam saber, devido a tudo que a ciência moderna lhes oferece. Sendo assim, corrijamos um grande erro do qual vocês ainda se encontram aprisionados, como nos tempos medievais, este mundo não é o centro do universo, como deixou claro Galileu e segundo descobertas recentes, em boa parte da infinitude das estrelas existem planetas, portanto é inconcebível e irracional, para não dizer outra palavra, vocês continuarem acreditando que haja apenas Deus, o Filho e a população deste planeta, no imensurável mundo físico, uma prova sou eu, que vim de uma distante esfera, como relatei em minha chegada. Deus e seus cooperadores não vivem vagando por ai, em meio a almas penadas, demônios e espíritos de mortos, como a vossa tradição faz com que suas mentes acreditem. Ele é um ser muitíssimo ocupado, da mesma forma que seu Filho, mas sua ocupação não restringe apenas a vocês, olhem além do sol e das outras estrelas, e percebam que a expressão “sua imagem e semelhança”, ainda não pode ser compreendida por essa geração.  

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

RMM – Autobiografia 152

          Encerrando esses mal-entendidos, narrarei os fatos ocorridos em outra viagem logo após a de Caldas. Depois tentarei voltar com a cronologia da autobiografia.
            O principal objeto que meu pai trouxe para uso próprio de Manaus, foi uma pasta estilo 007 que quando aberta a tampa dividia-se em duas caixas de som, e a base era constituída de um toca-discos, rádio AM-FM e também um toca-fitas.Em posse desse instrumento fomos a Damolândia e hospedamos na casa de um primo dele chamado Benjamim (nunca havia até então ouvido falar esse nome, achei muito estranho, talvez eu entendesse e pronunciasse Beijamim). Na cidade realizava-se uma folia de reis e nós fomos especialmente por esse motivo. Ficamos por lá quase uma semana acompanhando os festejos e meu pai com certeza era o homem que mais se destacava, participando de tudo e inclusive gravando as músicas que os foliões entoavam. Comíamos bastante e também havia muita bebida acho que por isso até hoje falo: em folia não pode faltar comida e nem cachaça.
            O ponto alto era quando ele demonstrava as gravações, todos se reuniam em torno do aparelho e se admiravam. 

sábado, 9 de agosto de 2014

PMM 142

        Pai!
        Segundo Fábio Júnior:
        - Herói, bandido, hoje mais que amigo.
        Há horas atrás, alguém próximo, definiu-o:
        - Panaca!
        Minha sogra, pelo menos em minha presença, fala:
        - Pai"Aço".
        Qual poderia ser sua real definição (se é que existe)? 
        No meu caso particular, me identifiquei com o cantor. Porém, na condição de pai, infelizmente, não posso nada dizer, deixo aos filhos. A mulher mais próxima a mim (após minha mãe) me dá a entender que não sou um bom. Porém, segundo meus princípios, procuro ser, na menor das hipóteses, como o meu foi: presente, independentemente da ausência provocada por substâncias alucinógenas, no caso, álcool. E quanto a muitos que trocam filhos por pernas abertas e, no final, arrumam justificativas infundadas, a não ser pelas suas próprias lógicas?! 
        Dias atrás, perguntando a um amigo como estava o seu pai, respondeu-me: 
        - Não sei, não estou falando com ele. 
        Retruquei: 
        - Já te falei para não agir assim, um dia você irá se arrepender. Vou lá vê-lo e você irá comigo.
        - Não sei não.
        Respondeu. 
        Para encerrar... um fato muito marcante foi quando um pai disse a uma de suas filhas mais velhas em minha presença:
        - A coisa mais importante de minha vida são essas duas meninas. 
        Referindo-se as suas duas filhas mais novas, fruto de outro relacionamento. Fiquei absolutamente chocado. 

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

RMM – Autobiografia 151

            Por falar em memória, é lamentável informá-los que cometi alguns equívocos.
Após o relato da RMM 143, estava na casa de minha mãe e resolvi procurar as fotos da viagem a Manaus para conferir as datas. As fotos foram impressas em janeiro de 1974. Coloquei a outra data confiando na Célia que, com certeza, tem algumas dessas fotos em sua casa, pois ela gosta de preservá-las.
Também, logo após ela me dizer de datas em fotografias, olhei uma via computador (que meu primo Wilton conserva), e estava datada no ano de 1966, sendo que mostrava o batizado do Samaroni, ainda recém-nascido. Fiquei surpreso, pois tinha certeza que ele era mais novo, porém, como os fatos mostravam o contrário, me retratei quanto à sua idade na RMM 139. Numa investigação posterior, descobri que ele ou o Wilton simplesmente chutou a data e colocou-a aos pés da fotografia, o Samaroni nasceu mesmo em 67, o que invalida meu escrito da RMM 139 quanto ao seu nascimento.

Desculpem-me, simplesmente acreditei nas pessoas, como me é habitual.   

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

RMM – Autobiografia 150

           Apenas por curiosidade...
A menos de 100 m da lagoa de água quase fervente, corria um córrego de água natural que, na época, encontrava-se barrenta devido às chuvas de início de ano. Essa mesma água era aproveitada para as necessidades. Os banheiros, que eram quatro ou cinco, um ao lado do outro, interligavam-se através de regos, onde fazíamos o “um” e o “dois”. Sobre os banhos, acho que ocorriam nas bicas.

Tudo o que me lembro dessa viagem se encontra aqui. Qualquer coisa que, porventura, não tenha citado, é como se não houvesse existido, de acordo com minha memória. 

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

RMM – Autobiografia 149

            Havia acabado de ser lançado o guaraná Antártica caçulinha, em certo momento disse ao Huascar que queria tomar um. Ele disse: “É só ir lá e falar que você é o filho do Odilon, e vai pegar na conta dele”. Fui meio acanhado e disse ao responsável pelo bar (que tinha como parede lascas de bambu), e ele me atendeu. Naquele dia e no outro não bebi água, apenas refrigerante. Logo após esse grande consumo da bebida, meu estômago ficou ruim, tive vômitos e diarreia. Sei que foi o refri, pois fiquei anos sem poder bebê-lo e até mesmo o cheiro me causava mal estar.