Mas, não sei que diabos
aconteceram, porque em poucas semanas virei o capeta em sala de aula a Verá
(fictício) minha professora não cansava de repetir: como a Ana (fictício), mentiu
assim para mim, falando bem de você, porque ela fez isso? Suas redações são um
lixo. Não dava a mínima para o que a Verá falava, mas foi constrangedor quando
ela disse tudo à professora anterior em minha presença, a Ana ficou muito
envergonhada. Poucas semanas após, num dia de prova, Verá a chamou para
supervisionar a sala. Em certo momento ela destacou que havia uma questão que
poderia nos confundir, portanto deveríamos prestar mais atenção ao respondê-la.
Logo após veio lentamente em minha direção e como eu já havia respondido a
questão mencionada, para confundi-la fui à outra página, tentando esconder meu
erro, porém ao chegar ao meu lado pedindo licença, Ana (ainda guardo sua feição
angelical) conferiu e tomou ciência do que eu havia feito não se conteve e
assim como Jesus no templo torceu minha orelha com a mão, provavelmente
recordando todo o constrangimento que eu lhe havia provocado com referência a Verá.
Este ato não me deixou trauma algum, pois tal atitude ainda era coisa
corriqueira naquela época em todo o país.
Pretendo discorrer pausadamente e tentar provar que não há verdade absoluta no meio em que acreditamos viver.
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Minhas Viagens 5
Ao amanhecer,
levantando cedo, dirigi-me a rodoviária. Olhando a tabela de preços percebi que
meu dinheiro daria para ir até Barreiras, comprei a passagem. Ao retornar
conversei com aquele que parecia ser o dono do hotel, explicando que meu ônibus
sairia 2 ou 3 horas da tarde, (por tanto após vencer a minha diária) e se eu
poderia desfrutar de sua hospitalidade por mais este tempo, sem gastos extras
lógico, concordou, o cara realmente era ou ainda é uma boa pessoa. Não almocei,
tomei um banho demorado que deveria valer por dias. Já era minha intenção ao
chegar a rodoviária tomar um dan'up, pois havia uma propaganda
televisiva que a meses o anunciava, não achei lá aquela cosa toda, mas tudo
bem. A partir dali a memória leva-me ao ônibus já passando por Barreiras, aonde
eu encararia a minha mais dura realidade. O cobrador anunciou o fato, demonstrei-lhe
intenção de continuar no ônibus sem gastos, tendo não como resposta. Então
perguntei-lhe qual o próximo destino e o valor. Com uma cara de insatisfeito
olhou-me de cima em baixo (naquela hora eu vestia um blazer de couro, reformado
por minha tia e muito bem pintado e lustrado por mim mesmo, refletia as luzes
internas do veículo, creio que o cidadão pensou: “qual é a desse cara? E que
casaco lindo”), respondendo ele, contei todos os meus trocados e percebi que
daria até uma outra cidade, não me lembro o nome. Não demorou muito e lá estávamos
passando por uma currutela desértica e mal iluminada, sob uma fina chuva. O
funcionário passou por mim e disse: - é aqui, você vai ter que descer,
dirigindo-se ao fundo do ônibus. Apenas respondi com decepção e surpresa:
aquiii?
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
RMM – Autobiografia 223
Não
tenho certeza se o primeiro episódio do apontador aconteceu na terceira, creio que
possa ter sido na segunda série, pois na terceira ocorreu algo marcante:
iniciei o ano letivo estudando no horário intermediário, na escola classe 5. Formávamos
fila do lado de fora da sala e assim que os alunos do matutino saiam entrávamos,
encontrando as cadeiras ainda quentes, da mesma forma agiam os alunos da tarde.
Meu pai não se preocupava em que escola ou horário estudaríamos, pois ele tinha
amizade forte com a Flora (fictício. Esposa do doutor Mauricio também fictício
e já mencionado na autobiografia). Ela era a pessoa mais influente na área
educacional em Taguatinga, chegando até mesmo a ocupar o mais alto cargo de
educação no DF. Bem, sob sua influência fui transferido para o matutino. Então
em minha presença a professora falou a meu respeito à outra, que me aguentaria até
o fim do ano. “ele é um aluno exemplar, muito estudioso, precisa ler suas
redações como são lindas, ele é meu melhor aluno”.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
RMM – Autobiografia 222
Esta historia me lembrou uma recente: estando
meu irmão caçula na praia ao sul da Bahia, acho que em Ilhéus (lugar que passei
um grande sufoco, já relatado), enquanto banhava e desafiava as ondas, foi
atingido violentamente por uma e em sequencia outras também o reviraram, tendo ele
chegado à margem com diversos arranhões, inclusive um maior no rosto que foi
esfregado contra a areia, ao ser indagado por sua esposa sobre o que havia
ocorrido, respondeu que havia um jovem se afogando e tudo aquilo era resultado
do resgate do rapaz e que ele o havia salvo. É lógico que a recente esposa
comentou o fato com algumas pessoas. Logo mais a noite na pousada ou hotel não
sei, durante o jantar, a responsável pelo recinto solicitou a atenção de todos,
e perguntou se eles tinham conhecimento de que ali se encontrava um herói, e que
este havia arriscado a própria vida para salvar um banhista. Sendo que meu
irmão logo em seguida recebeu uma grande salda de palmas, de todos os
presentes. Irônico não?
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
RMM – Autobiografia 221
De volta ao Ricardo:
ele era um aluno esforçado e pela nossa amizade frequentemente eu colava, assim
que chegava em sala, o dever de casa de seu caderno, talvez até alguns outros
no horário de aula mesmo. Portanto para mim foi extremamente vergonhoso quando
a professora parou o que estava fazendo, e sem que ninguém esperasse,
principalmente eu, num discurso que não durou menos de 5 minutos, me fez vários
elogios. Citando meu comportamento e tudo mais como exemplos que deveriam ser
seguidos por todos, principalmente os deveres de casa que sempre eram
apresentados. No final deixou claro que eu era realmente o melhor aluno da
sala. Minutos depois o Ricardo comentou intimamente “você em Marco o melhor
aluno da sala, é você mesmo o melhor aluno da sala Marco? Todo dia copia meu
dever”. É o Ricardo foi injustiçado duas vezes por mim, uma direta e outra
indiretamente, fora o que pensei quando o vi na rua. Foi mau aí Ricardo, estou
com um grande débito contigo.
sábado, 13 de fevereiro de 2016
PMM 184
''Acima dos homens, a lei. Acima da lei dos homens, a Lei de Deus(...). Acima
dos homens do céu, acima do céu dos homens, o Nome de Deus. Acima do Nome de
Deus? Dinheiro, dinheiro que compra o amor verdadeiro, dinheiro". Mais ou
menos assim canta uma voz rouca e nervosa, oriunda dos Titãs. Não a conhecia (a
música), pude escutá-la apenas a poucas semanas, pensei: Seria para fortalecer
ou me estimular a escrever sobre a pergunta da Dionete,(irmã da Ivonete, e da
tia Ivete, que cumprindo ou não sua missão, encerrou suas atividades humanas de
forma violenta e súbita há duas décadas), que numa reunião de parentes e
amigos, perguntou a alguém, chamando-me a atenção, logo após dirigindo a
pergunta a mim: Você trocaria Deus por dinheiro? Fiquei receioso em dar a
resposta, que de imediato formou em minha mente, pois havia muitas pessoas
presentes, incluindo amizades novas e também por saber que a Dionete nasceu e
se criou em uma cidade tradicionalmente católica (Nova Veneza), isso permitiu
que ela fizesse a pergunta a outros e que ela própria respondesse: Eu não
trocaria. Então falei " nua e cruamente" palavras que vinham de minha
mente: Você não trocaria, ninguém aqui trocaria. Como querer fazer algo que já
foi feito. o Cristianismo há tempos deixou de existir, o que dele subsiste na
atualidade pouco passa de hipocrisias e tolices, dificilmente o
ridicularizaremos mais. Nós nascemos e crescemos, aceitamos e vivemos no
capitalismo, aonde o que impera são ensinamentos contrários aos de Cristo. Acho
que já disse antes: Para toda ação existe uma reação e esta máxima da física é
universal, logo, o que fizemos foi comprimir o infinito em um átomo. Portanto
quando vier o efeito oposto será algo estupendo, poucos entenderão e
suportarão.Não haverá humildade e nem piedade para os que trocaram Deus por
dinheiro.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
RMM – Autobiografia 220
Para encerrar as histórias
de apontador: na sexta série, que foi no Cemab, inaugurou a primeira loja
americana de Brasília e era perto do colégio e continua sendo, como eu havia
ouvido de pessoas próximas a mim sobre pequenos furtos naquela e outras lojas
parecidas, tipo: entrar com um chinelo velho e sair com um tênis ou sapato e
outros... Achei que também seria capaz de realizar. Sendo assim me dirigi à
loja, sozinho com este intuito; andei, sondei tudo ao redor e me foquei
novamente num apontador (não me lembro de tê-lo usado apenas furtado). Peguei-o,
e por minha sorte sai do estabelecimento, com os braços cruzados e as mãos
embaixo das axilas, em uma delas o apontador. Quando me senti há uma distância
segura foi só alegria, que se transformou em tristeza e angustia ao chegar em
casa e narrar o fato aos meus irmãos, minha mãe ouvindo se irritou sobremaneira
e ficou por horas me recriminando e ameaçando me bater, ainda tentei justificar
dizendo que familiares nossos faziam e comentavam estas coisas e todos achavam
graça e não contestavam, porque eu não poderia fazer? Porém [...] pelo menos
apontador [...] em dias recentes amigos meus já em certa idade, disseram que devido
o garçom ter demorado a trazer a conta saíram sem pagá-la. Estou pegando no pé
de cada um e enquanto não formos lá, ou algum deles pagar a quantia devida não
vou parar de relembrá-los.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
RMM – Autobiografia 219
E lá foi eu sob o atento olhar de todos,
principalmente do Ricardo que estava ao meu lado colocar o apontador e lápis
sobre a mesa (poderia ter sido aquilo tudo coincidência ou armação talvez dos
tais anjos da guarda ou outros invisíveis?). O Ricardo no momento nada falou,
mas na primeira oportunidade me disse: - Você lembra de um apontador que eu
tinha igualzinho há esse seu? Respondi: - Lembro, mas não é esse não este aqui
eu achei na rua. Provavelmente nossa amizade ficou abalada por causa de um
apontador ou melhor dizendo, pelo pequeno furto ou um ato de má fé. Vocês não
imaginam o quanto desejei que aquele apontador caído ao chão já perto do fim da
aula não fosse o do Ricardo. Ah! Este mesmo aluno, um dia o vi na rua e achei o
seu comportamento um tanto delicado, imaginei: será que fora do colégio ele é
um v-iado.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
PMM 183
Liguei
para o 191 (emergência PRF), e relatei o que vi: algo estranho esta ocorrendo
aqui na BR 040, sentido BSB Valparaíso, logo após o monumento aos candangos
(chifrudo). Há vitimas? Quantos carros envolvidos? Perguntou a atendente. Não
percebi, apenas passei pelo local e havia um vai e vem de pessoas, algumas
mulheres chorando e quase todos com celulares em uso, tinha também dois carros
fora da via, mas não parecia acidente, peça que uma viatura vá até o local para
averiguação. Qual seu nome?... Fiquei muito curioso e também chocado com a
cena, se eu fosse um artista faria um quadro com as coisas que lembro ter
visto. Porém três dias após ouvi num noticiário via radio: “foram detidos os
dois menores acusados de matar um soldado de 19 anos, durante um assalto a
ônibus [...] próximo a Santa Maria”. Então recapitulei o que havia presenciado.
Os carros diminuam a velocidade à minha frente, quando avistei um jovem rapaz
correndo parecendo em fuga, tive a impressão que seria um marginal, mas
imaginei que não poderia ser, pois ninguém o perseguia. Um pouco mais a frente
outro corria desesperadamente em outra direção, um ônibus parado com algumas
pessoas no interior, duas mulheres abraçadas sendo que uma chorava compulsivamente
e um grupo de pessoas logo há frente, cerca de quinze, que vinham se ajuntando
em meio à relva próxima a pista. Ah! Os dois carros parados aparentemente eram
apenas parte insignificante de todo aquele emaranhado. Poderia estar eu errado
na associação dos fatos? Pessoalmente acredito que não.
Conclusão: quando o delinquente agora assassino disparou
a arma, atingindo a cabeça daquele herói anônimo (que acreditou nas palavras de
seus superiores e arriscou a vida, perdendo-a, em defesa de seus compatriotas
na guerra diária que nos acomete), o pavor apoderou-se de todos, em menor
intensidade ao motorista que parou o ônibus bem estacionado próximo à parada
(por isso não me levantou suspeita). Tendo as portas se aberta formou-se o
quadro que presenciei. Após todos saírem em disparada e percebendo a rápida
fuga dos bandidos foram relaxando apesar da tragédia ocorrida.
Assinar:
Postagens (Atom)