Creio que, para encerrar esses comentários do cerrado,
vou contar mais estas histórias...
Um dia, um xará e outro me pediram que enfiasse a mão num
buraco para ver se tinha passarinho ou ovos. Exitei, mas como insistiram,
enfiei a mão e disse: “Peguei!” e trouxe o pequeno animal. Quando vi, assustei
e o joguei no chão. Eles riram, pois o animal era um calango.
Outra vez, passeando com Emílio, seu cachorro e uns
meninos, aquele me pediu para que segurasse a corrente do seu cão enquanto este
corria solto. Acabei colocando-a em algum lugar, porém, quando solicitado, não
a encontrei. Ele, muito irritado, disse-me que se eu não desse conta da
corrente, me bateria. A partir daí fiquei evitando ser visto por ele. Até que
um dia o Marco percebeu que eu o colocava entre o raio de visão meu e do
Emílio. Ele falou para eu não me preocupar, pois não deixaria o Emílio me
bater.
Para finalizar... Estavam eu, minhas irmãs e algumas
crianças, também novas, quando um grupo composto por meninos maiores nos
abordaram. Gritando e correndo feito índios de filme americano, eles passavam
as mãos nas meninas. A Lu estava com um bonito vestido branco de renda e eu,
enraivecido e aterrorizado, inerte, apenas observava e fixava os olhos no Marco,
talvez o líder do grupo de meninos. Pensava que um dia poderia me vingar,
principalmente dele. Mas eles eram quase todos conhecidos. Por essa história e
por outras razões, fiquei feliz quando vi meu pai pelo posto acompanhado de alguns
homens bem vestidos e fui informado que eles o comprariam.