sexta-feira, 27 de setembro de 2013

RMM – Autobiografia 71

            Não gostava de A família Jackson, mas dos Five sim; Viagem ao fundo do mar, A família Adams, Thunderbirds também eram meus favoritos. Porém, havia um problema relacionado ao horário quanto aos dois últimos.

            Chico estava à toa na vida, Gil queria tomar um xodó, enquanto Caetano lamentava a partida da felicidade. As sertanejas, que eram caipiras ou modas de viola, rodavam apenas em horários matutinos ou noturnos. Trio Parada Dura, Tunico e Tinoco, Xavantinho e muitos outros, que, na realidade, não me lembro. Ah! E certos hinos nos impulsionavam “Este é uma país que vai para frente... Eu te amo meu Brasil, eu te amo...”.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

PMM 99

            Alguns meses atrás, tivemos um fato desagradável numa reunião de familiares e amigos (comíamos e consumíamos bebidas). A principal envolvida foi minha filha. Assim que ela me informou do ocorrido, fiquei irritado e falei que ela deveria ter me relatado assim que o ato aconteceu. A partir daí, fui informado por algumas pessoas sobre muitos outros atos que culminaram no principal. Então, em posse de todas as informações, fui alertando um familiar e outro que deveríamos esclarecer todo aquele mal entendido. Cheguei a ligar para a Lu e lhe informar que sua nora seria a segunda pessoa mais atingida em toda aquela peça, e que se ela não quisesse colocá-la a par (juntamente com seu marido), de todo o teatro, eu o faria. Ela me disse que seria melhor que eles não soubessem, pois bem conhecia seu filho e também sua nora, disse que isso provocaria o afastamento do casal nas reuniões familiares. Mas, como insisti, concordou que falaria...
            Há poucas semanas, encontrei-me com o Rafael e disse-lhe que deveria ter ouvido sua mãe, pois ninguém quis seguir meu conselho de nos reunirmos e cada um falar o que tivesse para falar, sem o uso de palavras ofensivas e, em nenhuma hipótese, agressão física. Porém, infelizmente, optaram pela divisão. E assim nos encontramos até o momento. Lamento principalmente pela minha mãe, por sua idade já avançada, e pelas criancinhas, que são os únicos inocentes em toda essa trama.

            Por que escreveria essas coisas? Não seria pela decepção que estou tendo pelo cancelamento da viagem que a presidenta faria aos donos do mundo? E considero este ato, e a peça relatada, no mínimo, infantil (para não dizer outra palavra).

terça-feira, 24 de setembro de 2013

RMM – Autobiografia 70

            Falando em Roberto, estourava nas rádios “Embaixo dos caracóis dos seus cabelos...” creio que nessa época Rita Lee já era a ovelha negra da família. Havia alguns outros que diziam “Passei a noite procurando tu, procurando tu...” e me parecia que a primeira letra do pronome era a terceira do alfabeto; eu ficava com vergonha quando a ouvia no rádio ou escutava alguém cantando; achava-a descabida. Martinho havia passado no vestibular e outros diziam que um garoto havia ido ao Vietnã. Melodia entendia a juventude transviada e eu era criança, não queria conhecer, tampouco fazer parte dessa juventude “trans viada”. 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Epístola de Setembro

            Já gostei, mas hoje não, de ser apocalíptico. Porém, tenho que deixar claro a todos que algo extraordinário está na iminência de ocorrer. Pode ser hoje ou amanhã. Talvez tenhamos cerimoniais de recordação às atrocidades da grande primeira guerra, mas da segunda não. Sendo assim, da forma que ocorreu na época de Noé, muitos serão pegos de surpresa. Nossa vantagem em relação a estes é que a grande arca já está pronta e nos espera há dois mil anos. Basta um entrar e outros o acompanharão. Creio que só falta isso para que tudo ocorra.
Quero preveni-los para que não passemos despercebidos por esse episódio. Não falo de misticismo, estudos que realizo a quase três décadas tendo como base os livros que consideramos sagrados e muitos outros sucessivamente me deixam claro que a minha margem de erro é menor que 1 em 100. E aí, o que fazer? A arca é o reino de Deus que foi pregado, portanto não é físico, onde a pessoa estiver haverá uma porta aberta e a entrada não poderá ser comprada nem vendida. O acesso será livre para todos, independentemente da religião que professam ou grupo racial ou étnico que façam parte, muito menos com quem dormem e do que fizeram ou deixaram de fazer. O que importa é entrar. As outras coisas poderão ser resolvidas a bordo.
Apenas uma coisa dará acesso ao reino e peço a todos que guardem não apenas na mente essas palavras, mas principalmente no coração: “Ama a teu próximo como a ti mesmo”, e as demais coisas te serão acrescentadas.

Observação: dedico esse texto aos familiares do pioneiro e saudoso Eurico, em especial aos do carequinha, que nos deixou há alguns dias. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

RMM – Autobiografia 69

            Acreditava num Deus que era relacionado a certo Jesus, pois, além dos meus familiares femininos, Roberto pregava através de ondas (Jesus Cristo eu estou aqui... Eu vou subir a montanha e ficar...). Confundia-os com nosso Cristo Redentor, talvez o rei também, já que ao visitar o Rio de Janeiro a alguns anos, me disseram que ele mora ali nas proximidades.

Sabia fazer o Pai Nosso e a Ave Maria, às vezes pensava que era observado, não por criaturas invisíveis, mas pelos personagens dos filmes e novelas. Imaginava que, da forma que os via, poderia ser visto. Hoje sei que nos observam, mas, as primeiras. 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

RMM – Autobiografia 68

            Esses senhores representavam a Shell. E, em contraoferta ao preço dado por meu pai, que era de 300 mil cruzeiros, ofertaram CR$ 200.000,00. Após algumas semanas de negociações, apareceram outros que representavam a Texaco e fecharam nos 300 mil que meu pai pedira.
A partir daí deixei de ser filho do homem que só andava de terno e se embriagava e passei a ser o filho do Odilon, o homem que se cumprisse realmente o negócio, seria o mais rico da região. As pessoas não acreditavam que se tratava de tanto dinheiro.

Dona Carmelita chorou e disse que nós a esqueceríamos, pois mudaríamos dali e não a visitaríamos. Mas até hoje mantemos contatos. Há alguns anos fui, juntamente com minha mãe, esposa e filho, visitar cumade Barba (aliás, é Bárbara, mas aprendi a falar assim com sua mãe) e Geraldino, pais do finado José Maria (acho que minha mãe o batizou). 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

RMM – Autobiografia 67

            Creio que, para encerrar esses comentários do cerrado, vou contar mais estas histórias...
            Um dia, um xará e outro me pediram que enfiasse a mão num buraco para ver se tinha passarinho ou ovos. Exitei, mas como insistiram, enfiei a mão e disse: “Peguei!” e trouxe o pequeno animal. Quando vi, assustei e o joguei no chão. Eles riram, pois o animal era um calango.
            Outra vez, passeando com Emílio, seu cachorro e uns meninos, aquele me pediu para que segurasse a corrente do seu cão enquanto este corria solto. Acabei colocando-a em algum lugar, porém, quando solicitado, não a encontrei. Ele, muito irritado, disse-me que se eu não desse conta da corrente, me bateria. A partir daí fiquei evitando ser visto por ele. Até que um dia o Marco percebeu que eu o colocava entre o raio de visão meu e do Emílio. Ele falou para eu não me preocupar, pois não deixaria o Emílio me bater.

            Para finalizar... Estavam eu, minhas irmãs e algumas crianças, também novas, quando um grupo composto por meninos maiores nos abordaram. Gritando e correndo feito índios de filme americano, eles passavam as mãos nas meninas. A Lu estava com um bonito vestido branco de renda e eu, enraivecido e aterrorizado, inerte, apenas observava e fixava os olhos no Marco, talvez o líder do grupo de meninos. Pensava que um dia poderia me vingar, principalmente dele. Mas eles eram quase todos conhecidos. Por essa história e por outras razões, fiquei feliz quando vi meu pai pelo posto acompanhado de alguns homens bem vestidos e fui informado que eles o comprariam. 

terça-feira, 10 de setembro de 2013

RMM – Autobiografia 66

            No cerrado era normal nos depararmos com despachos. Objetos como pinga, vela, charuto, farofa, sapo com a boca costurada e fotos dentro e, às vezes, até dinheiro encontrávamos, mas não mexíamos. Eventualmente, alguns, para impressionar, buliam em alguma coisa. Um dia avistei, próximo a uma macumba, algo que parecia uma fita colorida e, como estava muito limpa, resolvi pegá-la. Porém, poucos centímetros antes de tocá-la, fugiu. Nunca mais avistei cobra semelhante.
Noutro momento eu e um ou dois meninos nos confrontamos com uma grande aranha e a cercamos, armados com varas. Ela se movimentava rápido, de um lado a outro procurando sempre estar a frente do que mais se aproximava. Não sei se ao final a matamos.

Num dia, encontrava-se com a gente uma pré-adolescente que já era mal falada na comunidade. Acho que foi a única vez que nos acompanhou. Algo a incomodava na região mais íntima, então imaginei que ela poderia estar se insinuando para mim, porém, sabia que isto era difícil devido a minha pouca idade. 

sábado, 7 de setembro de 2013

Evolução (PMM 98)

Evolução
Evolution
Évolution
Parte Final
            Jeshua Ben Joseph: um recém-nascido entre os recém-nascidos há pouco mais de 2.000 anos nesse mundo. Apesar de toda expectativa que havia em torno de sua pessoa, respondeu à senhora que há poucas décadas lhe dera a luz: “Mulher, que tenho eu contigo?” ao perceber que ela lhe pedira algo que dificilmente um ser humano poderia realizar. Mas, como o pedido partira de sua mãe, logo após essas palavras repreensivas, providenciou para que tudo fosse feito conforme a sua vontade.
Não cessaram mais tais pedidos e até mesmo provocações para que algo sobrenatural procedesse Dele. Mas, ao contrário do que muitos pensam, Ele não veio a fim de demonstrar fenômenos extraterrestres, e sim trazer um conhecimento superior que, em síntese, seria: implantar a adoração a um deus paternal e universal a homens que conheciam apenas um deus irado, tribal ou nacional.
Ele não poderia desprezar muitas das tradições que aqueles homens haviam aprendido a crer como absolutas, então agiu de conformidade com o que aquelas mentes poderiam absorver. Do contrário, provavelmente não teria obtido êxito. “Não se remenda roupas velhas com panos novos, pois o velho não suportará...”.

            São fundamentais adaptações neste mundo evolucionário. Não pensem que Ele veio para morrer por nossos pecados, mas sim para nos trazer conhecimentos do alto adaptados à nossa mente. Portanto, indubitavelmente, adquiriremos conhecimentos evolucionários ou revolucionários nos próximos anos ou décadas que farão se cumprir suas palavras. “Muitos dos últimos virão a ser os primeiros”.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

RMM – Autobiografia 65

            Um fato que deixou meu pai muito entristecido foi ter caído uma grande parede de tijolos maciços. Isto fez com que ele não mexesse mais na obra, deixando-a apenas no alicerce. Na construção (que ficava na parte mais afastada do barraco) tinha um buraco abaixo do alicerce que dava passagem para sua área interna, região um pouco mais alta devido a um aterro.

            Um dia, vendo minhas irmãs se dirigindo a essa área interna, quis assustá-las passando através do buraco. Porém, quando me embrenhei pela passagem, as duas estavam posicionadas para fazer alguma necessidade. Então, eu que assustei e recuei. Depois disso, demos muitas gargalhadas. 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

RMM – Autobiografia 64

            Lembro-me que tive algum contato com filhotes de rato e de vê-los ou participar de suas mortes. Num dia ensolarado, uma ratazana subiu pela quina do barraco e desapareceu. Aliás, o barraco não tinha piso, mas foi bem construído, pois, ao chover, a água não entrava, apenas ficava úmido próximo às madeiras e às vezes corria um pouco por dentro, próximo à porta de entrada.