Novamente
em meu serviço, um senhor que diz ter andado por boa parte do mundo (e trás
marcas no corpo de uma vida sofrida, causadas principalmente por certa doença
rara, que, segundo ele, só ocorre em climas de regiões desérticas) relatou que
após as coisas que ele viu pelo mundo, principalmente o desrespeito que os
homens impingem às mulheres, ele não acreditava mais em religiões. Até comentei
saber que a mulher tinha uma baixíssima estima em certa religião cujo principal
nome colocou Cristo como profeta de segunda ou terceira importância para o
planeta. Se intitulando aquele mesmo o mais importante. Alguns minutos
meditando, perguntei-lhe: “Você acredita em Jesus Cristo?” E, de imediato, com
um largo sorriso no rosto concordou plenamente. Então disse-lhe: “Isto, no
momento, é o que basta”. E completei: “Os ensinamentos Dele estão muito
desvirtuados por todos os segmentos religiosos. Ninguém lhe dá a importância
devida hoje em dia. Certamente, se Ele viesse agora na forma que veio (nascido
de mulher), nós não o reconheceríamos e, provavelmente, na menor das hipóteses,
o ridicularizaríamos e também a qualquer outro que o seguisse.”
Pretendo discorrer pausadamente e tentar provar que não há verdade absoluta no meio em que acreditamos viver.
sábado, 31 de março de 2012
sexta-feira, 30 de março de 2012
RMM 41
Assim como acontece a opressão de
continente para continente, nação para nação, acontece também entre cada um de
nós que vivemos em prol e participamos diretamente desta opressão. Talvez por
sermos seguidores de um capitalismo ou por outros motivos. Ao invés de nos
desenvolvermos amando o próximo como a nós mesmos, nós solidificamos o contrário
deste ensinamento, que vejo como mandamento. Praticamos o amor a nós mesmos,
estendendo-o, quando muito, aos entes mais queridos, principalmente filhos, cônjuges,
pais, mães e assim sucessivamente. Se o desenvolvêssemos como o Criador
aconselhou ou mandou, cada um vivendo para o seu próximo, não haveria
diferenças. Se cada um cuidasse dos outros como os pais cuidam dos filhos,
então essa fortuna incalculável gastada em armamentos e segurança seria usada
para o bem do próximo, e assim teríamos um mundo diferente; o mundo que o
Criador determinou e que, segundo seus mandamentos, seria perfeito. Por outro
lado, devido às nossas duras servis, estamos onde estamos e, se continuarmos
com esses comportamentos, certamente, pelas escrituras, estaremos entre os que “se
queimaram com intenso calor e blasfemaram o nome de Deus que tem autoridade
sobre esses flagelos e nem se arrependeram para Lhe darem glória” (Apocalipse 16:9).
terça-feira, 27 de março de 2012
RMM 35 - Alterada
Ano
passado fui candidato a um cargo político, isso me levou a querer saber algo
sobre político e política. Tendo ganhado neste período um grande livro (digo
grande pela quantidade de páginas e de palavras) sobre um conhecido por todos,
livro este que fala sobre a vida e obra de Rui Barbosa, comecei a lê-lo,
deixando-o sobre o balcão do caixa do mercado onde eu trabalhava. Passando por
lá, várias pessoas se admiravam pela obra que eu estava a ler. Mas o que mais
me chamou a atenção foi um senhor já avançado em dias, me dizendo, admirado,
que aquele era o maior dos brasileiros. Eu, como pretenso político, precisava
saber algo mais a respeito daquele admirado personagem, o qual também já ouvia
falar muito bem desde minha infância.
Ao
folhear e ler algumas páginas, achei a leitura fraca, se comparada a grandes
obras as quais tenho lido no decorrer de minha vida. Aí, parando para pensar me
perguntei: “Qual nome temos de algum brasileiro que é ou foi conhecido e
admirado mundialmente?” Pelo que sei, pensei em Tiradentes, que quando criança
eu confundia com o próprio Cristo, devida às fotografias desenhadas que os
militares impunham a nós, ingênuas crianças estudantes. Mas, em dias atuais, e
realmente mundialmente conhecido, seria o ,
que dispensa comentários. Nada pessoal, mas com tantas pessoas importantes que
já tivemos e temos na história da humanidade, como o nome pode ser referência mundial ao nosso país?
Isso apenas demonstra a banalidade de nosso entendimento e mediocridade de
nossas tradições.
sexta-feira, 23 de março de 2012
RMM 40
Quantas admoestações, quantas
ameaças foram feitas ao povo judeu, tudo com o intuito de resgatá-los dos seus
maus caminhos. A grande mancha na humanidade ocorreu século passado, não foi o
holocausto?! Quais religiosos se destacaram por fazer algo em favor dos judeus?
Quais se omitiram? Eles mudaram ou são ainda os mesmos? Se fosse hoje, se permitiria
que tal coisa ocorresse? Por termos nos apegado a mil outras doutrinas, estamos
trilhando um caminho incerto, por isso estamos sujeitos a qualquer grande mal
que nos afligiu no passado. Não importa a proporção do mal que ocorreu, ele
poderá se repetir em menores, nas mesmas e, provavelmente, em maiores
proporções em nossos dias. Então, em que essa geração se diferenciaria da do
século passado? Quase em nossos dias tivemos o conflito na Bósnia, onde a
polícia planetária interferiu e encontrou uma solução momentânea. E os
massacres de crianças e civis no Afeganistão? Iraque? São muçulmanos? Ou outra
raça qualquer diferente à nossa? Na Bósnia, eram parecidos, senão conosco, pelo
menos bastante com os que caíram do céu. E a África, alguém liga? Será que se fossem
pessoas pardas ou brancas conseguiríamos intervir naquele continente? Por que
eles sofrem tanto? Não são inteligentes como os outros? Suas crianças não têm o
mesmo olhar que as nossas? Nossas vidas valem mais do que a deles? Onde está a
nossa inteligência? Em termos nascido talvez em um bom berço, e usufruirmos
toda tecnologia que os homens puderam desenvolver para o nosso bem estar? Os do
norte levam a boa vida, sabem ganhar dinheiro. Por acaso a boa vida dele não se
deve a subtração secular de nossas riquezas, e também do Oriente? Nossas terras
não foram e continuam sendo saqueadas?
quinta-feira, 22 de março de 2012
24º Pensamento de Marco Marcial
Gostaria
de agradecer aos que, aparentemente, tentaram abrir o carro de minha família e,
por algum motivo, não concluíram o ato. E, até onde chegaram, nota-se que
agiram com certa cautela, causando poucos danos ao veículo, é por isto que
agradeço. O ocorrido foi na última sexta nas proximidades da faculdade que meu
filho estuda, perto do principal hospital da cidade em que nasci. Seria prudente
que estes marginalizados, ao abordarem suas vítimas, não usassem gírias como
temos ouvido nos meios de comunicação.
Na
abordagem, eles devem ser precisos ao apresentarem suas intenções, como exemplo,
falar no mais alto tom possível e com clareza (É um assalto! Assalto! Calma! Calma...);
da mesma forma, o abordado, novo ou velho, homem ou mulher, deve deixar bem
claro que entendeu e cooperará (Tranquilo! Tranquilo...). Não é necessário os
que praticam tais atos agirem com demasiada violência, pois pode ser que, de
alguma forma, pagarão aqui mesmo pelo mal que praticam e, a qualquer momento,
poderão ser eles próprios ou seus entes queridos submetidos à igual situação de
humilhação e subjugação. Nessa guerra urbana é necessário se precaver,
evitando, principalmente, a ligação “provável vítima” e “bens” (veículos, casas,
etc.). Pois eles chegam de repente e, quando isto ocorre, nada mais há a fazer.
Ao
estacionar veículos, o ideal é deixá-los em pontos iluminados, afastados de
objetos ou construções que possam camuflar ou esconder indivíduos, por exemplo:
árvores, becos, esquinas, qualquer área escura ou sombria. E, ao analisar a
área, ocorrendo desconfiança, não se arriscar; procurar alguma proteção; pois
eles andam armados e nós não. Se combatêssemos veemente a corrupção nos
diversos setores, principalmente no político, provavelmente diminuiríamos
consideravelmente o índice de violência, pois se os bilhões que são desviados
anualmente fossem investidos em segurança e ações preventivas, teríamos um
retorno agradável à nossa sobrevivência.
quarta-feira, 21 de março de 2012
Observação da RMM 35
Algumas horas após a divulgação
desta Revelação, apesar de já estar programada há alguns dias para entrar nessa
data e horário, liguei para minha filha e pedi que ela apagasse o texto. Ele
citava nomes, e isso poderia incorrer em problemas para mim e meu blog num
futuro próximo. Como já disse, esses textos intitulados Revelações foram
escritos a mais de dois anos e, ao reescrevê-los, procuro ser o mais fiel
possível ao original (quando o escrevi não tinha idéia de quando, ou se o
tornaria público). Desde quando terminei de escrevê-lo não parei mais meus estudos,
com certeza já li milhares de páginas que me ajudaram e ajudam bastante na
evolução de meus pensamentos e, consequentemente, de meu trabalho.
Sobre o texto que não divulguei,
talvez o divulgue mais à frente, nesta linha ou na linha de Pensamentos,
mantendo em branco algumas palavras.
terça-feira, 20 de março de 2012
RMM 39
“Disse-lhe, então, um
dos doutores da lei: Mestre, quando dizes isso, também nos afrontas a nós.
Ele, porém, respondeu:
Ai de vós também, doutores da lei! porque carregais os homens com fardos
difíceis de suportar, e vós mesmos nem ainda com um dos vossos dedos tocais
nesses fardos.
Ai de vós! porque
edificais os túmulos dos profetas, e vossos pais os mataram.
Assim sois testemunhas
e aprovais as obras de vossos pais; porquanto eles os mataram, e vós lhes
edificais os túmulos.
Por isso diz também a
sabedoria de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns, e perseguirão
outros;
para que a esta geração
se peçam contas do sangue de todos os profetas que, desde a fundação do mundo,
foi derramado;
desde o sangue de Abel,
até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o santuário; sim, eu
vos digo, a esta geração se pedirão contas.
Ai de vós, doutores da
lei! porque tirastes a chave da ciência; vós mesmos não entrastes, e impedistes
aos que entravam.”
E os fariseus e os intérpretes da
lei, o que têm feito em nossos dias? Têm eles dado uma perfeita interpretação
da lei? Quem são eles? Ainda existem? É preciso que eu vos diga?
Teria Jesus morrido por nós? Por nossos
pecados? E (pergunto novamente) se estivéssemos lá? Estaríamos junto à maioria
esmagadora ou entre os poucos que sofriam calados por receio?
Deveríamos ter seguido o que havia
de bom entre os judeus, mas escolhemos seguir outras culturas como as gregas,
persas e romanas com seus jogos e disputas que só glorificam a nossa herança
evolucionária animal. Enquanto o mais importante, que é a mente, a alma e o espírito
ficaram em segundo e terceiro plano. E ao adotarmos tais condutas, e darmos o
valor que hoje creditamos, regredimos intelectualmente.
sábado, 17 de março de 2012
23º Pensamento de Marco Marcial
Enfim,
este usurpador deixa o cargo, e devemos agradecer a um gringo por isso. Pela nossa
passividade, um discípulo, também ladrão (como disse um deputado), ocupará seu
lugar.
Quanto
orgulho tinha desde criança por um brasileiro ocupar o cargo maior no planeta
de nosso principal esporte. Agora me enoja ver sua cara nos noticiários. Pelo menos
em seus traços físicos não se percebe tratar de um brasileiro, pois,
provavelmente, seu sangue origina-se completamente do norte. Só nos resta
torcer para que esses animais evolucionários consigam fazer um bom trabalho,
principalmente os que estarão na arena, para que não nos envergonhem como
fizeram há dois anos. Da forma que se realizará, agora é inadmissível que se
repita o triste quadro de seis décadas atrás, quando toda nação chorou.
sexta-feira, 16 de março de 2012
RMM 38
“Esse povo me ouve com os ouvidos porém seu
coração está longe de mim”
“Como afluíssem as multidões, começou ele a
dizer: Geração perversa é esta; ela pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará,
senão o de Jonas;
porquanto, assim como
Jonas foi sinal para os ninivitas, também o Filho do homem o será para esta
geração.
A rainha do sul se
levantará no juízo com os homens desta geração, e os condenará; porque veio dos
confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e eis, aqui quem é maior do
que Salomão.
Os homens de Nínive se
levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão; porque se arrependeram
com a pregação de Jonas; e eis aqui quem é maior do que Jonas.
Ninguém, depois de
acender uma candeia, a põe em lugar oculto, nem debaixo do alqueire, mas no
velador, para que os que entram vejam a luz.
A candeia do corpo são
os olhos. Quando, pois, os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será
luminoso; mas, quando forem maus, o teu corpo será tenebroso.
Vê, então, que a luz
que há em ti não sejam trevas.
Se, pois, todo o teu
corpo estiver iluminado, sem ter parte alguma em trevas, será inteiramente
luminoso, como quando a candeia te alumia com o seu resplendor.
Acabando Jesus de
falar, um fariseu o convidou para almoçar com ele; e havendo Jesus entrado,
reclinou-se à mesa.
O fariseu admirou-se,
vendo que ele não se lavara antes de almoçar.
Ao que o Senhor lhe
disse: Ora vós, os fariseus, limpais o exterior do corpo e do prato; mas o
vosso interior do copo e do prato; mas o vosso interior está cheio de rapina e
maldade.
Loucos! quem fez o
exterior, não fez também o inferior?
Dai, porém, de esmola o
que está dentro do copo e do prato, e eis que todas as coisas vos serão limpas.
Mas ai de vós,
fariseus! porque dais o dízimo da hortelã, e da arruda, e de toda hortaliça, e
desprezais a justiça e o amor de Deus. Ora, estas coisas importava fazer, sem
deixar aquelas.
Ai de vós, fariseus!
porque gostais dos primeiros assentos nas sinagogas, e das saudações nas
praças.
Ai de vós! porque sois
como as sepulturas que não aparecem, sobre as quais andam os homens sem o saberem.”
quinta-feira, 15 de março de 2012
EMM. "Folha da Copaíba". Março de 2012.
Há alguns meses, ao tentar tornar pública minha
situação política na cidade, me disseram que meu texto provavelmente seria
considerado propaganda política eleitoral fora de época, e assim poderia estar
passivo de penalidades. Disse que não era, mas concordei em fazer algumas
mudanças nas frases. Agora, novamente, gostaria que todos soubessem que os
últimos acontecimentos estão tornando inviável uma provável candidatura.
Poderia citar vários fatores que contribuíram e
contribuem para este fato, mas o principal é que me sinto um pouco avançado em
idade para continuar brincando de viver. Também tive grande decepção devido às
ultimas manifestações que ocorreram na cidade, cujo fim tornou-se,
aparentemente, militar devido ao grande número deles ali presentes e, em
contrapartida, uma insignificante presença da comunidade. Portanto, torço que
haja mudanças, mas sou impelido a dizer que não acredito que ocorram por agora.
Se pudéssemos retirar todos os que estão no poder e
colocar novos nomes, já seria um avanço significativo e ficaríamos, desta
forma, jogando até que um dia poderíamos acertar a sorte grande. Mas nossas
opções são poucas, talvez para início devêssemos eleger novamente o idoso, que
representou o Vaticano, mas, para isto, precisaríamos saber realmente como anda
sua situação perante a justiça. Particularmente, eu só acreditaria se o doutor
(que tem o mesmo nome da capital do país
cujas autoridades foram as maiores cooperadoras da tortura e assassinatos
ocorridos aqui há poucas décadas) nos dissesse: “Tudo bem”.
terça-feira, 13 de março de 2012
RMM 37
“Assim como não sei de onde venho,
também não sei para onde vou. Sei, apenas, que, ao sair desde mundo, cairei
para sempre no nada ou nas mãos de um Deus irritado, sem saber em qual dessas
duas situações deverei ficar eternamente. Eis a minha condição, cheia de
miséria, de fraqueza, de obscuridade. Concluo, de tudo isso, que devo passar
todos os dias da minha vida sem pensar em descobrir o que me deve acontecer. Talvez
pudesse encontrar algum esclarecimento nas minhas dúvidas, mas não quero dar-me
a esse trabalho, nem dar um passo nesse sentido. Tratando com desprezo os que
com isso se preocupam, quero experimentar esse grande acontecimento sem previdência
e sem temor, deixando-me passivamente conduzir a morte, na incerteza da
eternidade da minha condição futura.”
sexta-feira, 9 de março de 2012
RMM 36
Ontem
a noite, ao chegar em casa e ligar a televisão, me deparei com um quadro
triste, tratava-se da morte de uma jovem atriz “a professorinha”. A antepenúltima
vez que ouvi falar dela, discutia-se no mesmo veículo a sua participação num
filme pornô, que para alguns é considerado trabalho artístico. E na penúltima
aparição, ela se queixava de uma doença misteriosa que a fazia sofrer muitas
dores e ninguém havia descoberto do que se tratava. Observando-a na entrevista,
percebi muito sofrimento no rosto daquela jovem e, aparentemente tímida, atriz;
e, pelos seus comentários, também notei que ela acreditava estar sendo punida
em razão do filme. Agora, por ultimo, segundo a imprensa ela veio a óbito,
provavelmente por uma ingestão de comprimidos ou alguma forma de veneno, tendo
tempo antes de pedir socorro e implorar que não a deixassem morrer. Triste quadro.
“Naquela mesma ocasião, chegando alguns,
falavam a Jesus a respeito dos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com o
sacrifício que os mesmos realizavam.
Ele, porém, lhes disse: pensais que
esses galileus eram mais pecadores que todos os outros galileus por terem
padecido essas coisas?
Não eram, eu vo-lo afirmo; se,
porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.
Ou cuidais que aqueles dezoito,
sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou, eram mais culpados que
todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo, mas, se não
vos arrependerdes todos igualmente perecereis.”
quinta-feira, 8 de março de 2012
22º Pensamento de Marco Marcial
Num encontro entre três companheiros de serviço, logo no
início começamos uma calorosa discussão sobre religião e as escrituras
sagradas. Não me lembro bem como iniciou, mas deve ter sido quando repreendi um
deles pelo fato de que vira e mexe ele associa o nome “Deus” a fatos banais e
até mesmo promíscuos. E isso é muito frequente entre nós, como vocês talvez já
tenham observado; senão, procurem observar.
Em
certo momento, perguntei quem foi Melquisedeque. O que aparentava ter maior
instrução disse, como se arriscando ao erro: “Pai de Abraão, do qual nós também
somos filhos”. Disse-lhe que, segundo as escrituras, ele é um ser celestial que
viveu na Terra em forma humana, exatamente na época de Abraão, e que este lhe pagou
o dízimo. E não descendemos de Abraão, mas sim de Adão (se for o caso). Fomos
considerados filhos daquele devido à pregação de santos e profetas ao povo
judeu, segundo certa promessa divina. Então, de acordo com o livro hebraico,
somos descendentes em termos espirituais.
Durante
a conversa, o que aparentava menos instrução, seguidor de certa doutrina
evangélica, disse que Jesus seria filho adotivo de Maria. Mas eu combati essa
afirmação, até que ele proferiu dos seus próprios lábios que Jesus foi filho
legítimo de Maria.
Para
encerrar, eis um pequeno trecho que Paulo diz sobre Melquisedeque: “Sem pai, sem
mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de existência,
entretanto filho de Deus, permanece sacerdote perpetuamente”. Eu, Marco, dou
meu testemunho de que essa afirmação é verdadeira e, quanto a isto peço, não
tenham dúvidas!
terça-feira, 6 de março de 2012
RMM 35
Ano
passado fui candidato a um cargo político, isso me levou a querer saber algo
sobre político e política. Tendo ganhado neste período um grande livro (digo
grande pela quantidade de páginas e de palavras) sobre um conhecido por todos,
livro este que fala sobre a vida e obra de Rui Barbosa , comecei a lê-lo,
deixando-o sobre o balcão do caixa do mercado onde eu trabalhava. Passando por
lá, várias pessoas se admiravam pela obra que eu estava a ler. Mas o que mais
me chamou a atenção foi um senhor já avançado em dias, me dizendo, admirado,
que aquele era o maior dos brasileiros. Eu, como pretenso político, precisava
saber algo mais a respeito daquele admirado personagem, o qual também já ouvia
falar muito bem desde minha infância.
Ao
folhear e ler algumas páginas, achei a leitura fraca, se comparada a grandes
obras as quais tenho lido no decorrer de minha vida. Aí, parando para pensar me
perguntei: “Qual nome temos de algum brasileiro que é ou foi conhecido e
admirado mundialmente?” Pelo que sei, pensei em Tiradentes, que quando criança
eu confundia com o próprio Cristo, devida às fotografias desenhadas que os
militares impunham a nós, ingênuas crianças estudantes. Mas, em dias atuais, e
realmente mundialmente conhecido, seria o , que dispensa
comentários. Nada pessoal, mas com tantas pessoas importantes que já tivemos e
temos na história da humanidade, como o nome pode ser referência mundial
ao nosso país? Isso apenas demonstra a banalidade de nosso entendimento e
mediocridade de nossas tradições.
sexta-feira, 2 de março de 2012
21º Pensamento de Marco Marcial
Em contrapartida ao ato narrado por mim, que ocorreu no
garimpo, ao chegarmos numa bifurcação que havia numa pequena cascata em um
riacho de águas cristalinas, o grupo que caminhava comigo decidiu seguir pela
serra, sem me consultar. Ao suspeitar do ocorrido, indaguei a alguns se o
caminho realmente era este, porém, uns fingiam que não me ouviam, outros
desconversavam. Até que o Mourão, que tinha o seu barraco mais próximo ao meu,
disse-me que iríamos pela serra e que não representava perigo.
Esse Mourão eu gostava de provocá-lo, dizendo de quando
em vez que tinha ouvido falar que ele estava quebrado e, submetido a estas
minhas palavras, ele se exaltava e falava que eu deveria ir à cidade dele
conferir se ele não tinha isso ou aquilo outro em bens. O fazia apenas para
irritá-lo, mas com bom humor.
Não era tão horrível como tinha escutado, a maioria do
percurso fazíamos em pé mesmo, e umas poucas vezes era necessário melhorar o
apoio com as mãos. Em certo momento me chamaram a atenção para que olhasse a
paisagem. Procurando coragem onde não havia, consegui olhar aquele cenário das
alturas por algum instante e, logo após, chegamos ao topo. Na subida vi alguns
homens acometidos pela malária, muito debilitados, sentados em pedras pediam
ajuda para concluir a subida mas, aparentemente, não o pediram ao nosso grupo.
Já no topo havia um plano que se estendia por uns cem metros, neste local
ocorreu algo inusitado: um certo cidadão que havia se incorporado ao nosso
grupo no riacho retirou da bainha seu facão e exclamou em alta voz ao ser
submetido a um pedido de socorro d’um enfermo: “Por Deus, pela minha vida, se
alguém me ajudar, eu vou te levar”, falou isso já cortando e preparando uma
vara para servir de apoio à rede. Com ela já arrumada, dirigiu-se em nossa
direção exclamando palavras de pura emoção. Não posso deixar de me emocionar
pelo simples fato de recordar este momento. Pensei que ele viesse a mim mas,
por acaso, muito próximo a mim, entre eu e ele, encontrava-se seu Anastácio, e
foi o primeiro a ser interpelado mas, num gesto negativo, nada falou, apenas
abaixou a cabeça. Assim também fiz e outros consultados após, assim também
fizeram.
quinta-feira, 1 de março de 2012
RMM 34
...
Ao término do jantar, sem muito mais falar, saí. Pensando eu que aquele interno
tinha um bom coração, mas não conseguia ir contra o sistema, assim como
qualquer um de nós pode pensar e agir.
Não
me lembro se por mim mesmo ou se alguém teria me dito, talvez até mesmo os
mendigos, que eu poderia procurar dormir na delegacia. Se me disseram, creio
que não foi em tom de ironia. Então ali tendo chegado, me dirigi ao que parecia
ser o delegado. Ao fazer o pedido, o chefe e seus comandados acharam estranho,
tentaram me convencer a procurar outro local. Mas, indaguei que não havia
opção, se não pudesse ser ali, seria em algum lugar na rua. Então, me disseram
(não sei se por lei ou apenas para me pressionar) que se eu ali passasse a
noite teria que ser como se eu estivesse detido: ficaria junto aos presos e só
sairia no dia seguinte. Aceitei. Tentaram, ainda, me por algum receio ou medo
por diversão ou para ver se eu mudaria de idéia, dizendo uns com os outros que
era melhor que eu ficasse na cela de Fulano, que se portava como louco. Fiz uma
objeção, por garantia, pedindo que não me pusessem com o tal.
No
final, me puseram numa cela junto a dois detentos, a cela era minúscula, o
espaço era, no máximo, para os dois que ali estavam. Logo após entrar e ficar
trancafiado, já estávamos estendendo os colchões. Nesse momento ocorreu um
alvoroço pela chegada do que pensei ser um ladrão de galinha (pois se referiram
ao jovem com a expressão “Fez um frango”, que eu acreditei que poderia ser um
pequeno furto, até mesmo de galinha). E este foi posto na cela do louco. Assim que
adentrou a cela, o jovem foi espancado pelo louco, mas não muito, nada que
chocasse a um homem. Falei algumas palavras contra aquele procedimento, porém,
o interno que provavelmente era o líder na cela me disse que me calasse, pois
eu não sabia como as coisas funcionavam. Fiquei meio grilado com o cara e, logo
após, já com os colchões estendidos, o outro se deitou calado em um colchão
mais bem posicionado; e o que seria do “líder” ficou para mim. Porém, antes
insisti que ele deitasse e faríamos um revezamento, mas ele me disse que
deitasse primeiro, que logo após me acordaria para o tal revezamento. Então me
exprimi entre o sanitário e a parede, e qualquer movimento distraído que
fizesse tocaria no sanitário, o qual, em intervalos, exalava um odor fétido.
Ao
acordar me deparei com o dia já claro, e o detento que havia cedido seu lugar encostado
na grade com a coberta até a cintura. O interpelei, dizendo “Cara, por que você
fez isso? Por que não me acordou?”... E foi assim que este detento me tratou,
cedendo seu próprio colchão e pernoitando escorado numa grade. Esse foi meu
próximo, e essa conduta não tenho como agradecer ou esquecer.
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