segunda-feira, 16 de junho de 2014

RMM Autobiografia 146

            Esta última parte me fez lembrar de um fato mais recente, a uns oito ou nove anos atrás, numa viagem a Ilhéus: assim que chegamos minha esposa reuniu os meninos e disse, muito cuidado com o mar ele é traiçoeiro, logo após revidei – Que nada molecada pode ficar a vontade, ela pensa que por que nasceu em Maceió, conhece o mar, podem sair nadando pra todo o canto, mas cuidado com a parte funda. Ali pelo segundo ou terceiro dia estando junto a eles (falo do Lindolfo meu filho mais velho e do Giovani filho caçula do Pavezzi ambos de idades próximas, por volta de 13 a 14 anos na época), comecei a boiar despreocupadamente e após nadei até a exaustão paralelamente à praia, quando parei me encontrava só, entre agitadas ondas, e neste instante uma quebrou rumo a praia e pude ver minha esposa e o caçula por alguns segundos, a mais de 100m, até ficarem todos na praia obstruídos pelas águas, imaginei: Será que ela me viu e pedirá socorro, ou foi simplesmente minha última visão do meu caçula e dela. Procurei raciocinar e afastar o pânico, então me concentrei e a cada onda que vinha se formando, eu nadava como um louco e logo esperava a próxima, enquanto descansava, era mais ou menos assim: Avançava uns cinco ou seis metros e recuava três a quatro, até que em alguns minutos consegui pisar na areia, graças a Deus como costumamos dizer. Fui direto aos meninos e relatei o fato, e lhes disse que a partir daquele momento não fossem mais aonde a água alcançasse a altura do peito, em hipóteses alguma. Por minha sorte na noite anterior uma reportagem do jornal nacional, alertava que em casos assim, deve se manter a calma acima de tudo e flutuar controlando os esforços e desespero, se forem a Ilhéus algum dia não esqueçam que além do aeroporto suas praias são perigosíssimas.

sábado, 14 de junho de 2014

Epístola de Marco Marcial

            Há mais ou menos três semanas comprei uma carne de sol contrariando minha esposa, pois ela não admite que eu adquira tal produto num determinado supermercado. Alguém ou algum meio de comunicação disse-lhe que eles estavam comercializando carne de cavalo há alguns anos atrás.
Eu, pessoalmente, não gostava de frequentar essa mesma conhecida rede por ela ter também o nome ligado a roubo de cargas. Mas, quando percebi que políticos e grandes empresários normalmente se unem para benefício próprio em total desfavor da população, principalmente a de baixa renda, passei a frequentá-lo. Ainda mais que inauguraram um aqui, próximo a minha residência: QR 401, Samambaia, e sempre vejo lá pessoas da nossa cidade.
            Voltando à carne: minha filha preparou, porém meus filhos negaram-se a comê-la. A partir dessa atitude, também a achei estranha. Fiz vários processos de mudança no sabor e esperei uns dias para tornar a fazê-la. Mas meu filho mais velho, sem saber que se tratava da mesma, novamente negou a comê-la. Acho que eles puseram algum produto estranho nela, ou será que poderia ser mesmo carne de cavalo? Pelo menos a de sol, passarei um bom tempo sem comprar nesse estabelecimento.
            Para encerrar, meu problema com a Sky (última epístola) não está de todo resolvido. E para os que pensam que meus textos mudaram ultimamente apenas para denúncias, fiquem tranquilos, isso é apenas para dar tempo ao tempo; afinal, vocês querem que eu fale do que: dos irmãos de Jesus? Da nossa situação perante ele? Ou dessa incessante luta que travamos contra nós mesmos? 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

RMM Autobiografia 145

            No outro dia estávamos numa represa, que ficava a poucas centenas de metros rio acima do local aonde acampávamos, era pequena talvez uns 20x30m, aparentemente feito a mão ou pela ação de chuvas, havia um grupo de parentes na parte mais rasa e eu me afastei deles vendo até aonde iria, em direção a parte funda, que contava com outro grupo de pessoas mais jovens, fui lentamente até quando a água ficou da altura do meu peito, então a areia sob meus pés começou a ceder, eu mexia os braços e tentava voltar ao ponto que estava, isto durou alguns segundos, mas para mim foi uma eternidade, até que por um milagre como muitos gostam de dizer, consegui escapar, e é lógico, não falei isto a ninguém.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

RMM Autobiografia 144

            Assim que retornaram de Manaus, fomos buscar a Célia em Nova Veneza e com certeza já estava armado uma viagem para Caldas, com um grande grupo de familiares. Um dos fatos mais marcantes da viagem foi quando, ouvindo algumas risadas e falas nos primeiros minutos do dia, dando uma espiada pela capota da carroceria da caminhonete ( Pois meus pais nos deixavam dormindo nela, enquanto iam para o hotel da pousada do Rio Quente, que provavelmente era a única coisa que havia de construção na área, o resto era o rio e a floresta, Caldas Novas era uma corrutela), vi duas lindas e jovens mulheres dizendo que sairiam da água e um rapaz insistindo para que elas não saíssem, porém saíram uma após a outra e ambas estavam nuas, nas outras noites que ficamos por lá, qualquer barulho que ouvia dava uma olhada para ver se não eram elas.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

RMM Autobiografia 143

            Como relatei na Autobiografia 125, e 124 quando escrevi ter tido a impressão que chegamos na chácara de ônibus no inicio do segundo parágrafo. O que eu quis dizer é que seria estranho mudarmos para a chácara no inicio do ano, e logo após ficarmos sem carro, pois quando isso ocorria normalmente era por motivos financeiros, em resumo fui traído por minha memória, pois dias atrás perguntando a minha mãe em que ano foi realizada a viagem a Manaus, se em 73 ou em 74, a Célia Márcia disse que em nenhum dos dois, mas sim em 72, tendo a Geni e minha mãe concordado, duvidei, no entanto me disseram que a data nas fotografias era de 72, pensei em conferir, mas deixei de lado, afinal de contas eram três contra um, sendo assim creio que o velocípede do Samaroni (RMM104), deve ter sido em seu aniversário que ocorre em 9 de dezembro ou talvez no dia das crianças.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

PMM 139

        Tempos atrás ouvi de um filósofo brasileiro que está de namoro com a mídia, dizer que não se preocupava com a matança de baleias, achei estranho esta declaração, porém ele por algum motivo quis destacar este fato. Da mesma forma estranhei ver o Paulo Coelho dizer diante de câmeras, que se sua mulher o deixasse a mataria, é lógico, num tom de ironia. Cito ainda a declaração do rei, falando que acidentes são normais, referindo-se as obras da copa, a questão é que estas palavras foram logo após um episódio deste provocar a morte de dois operários, e ao meu modo de pensar um religioso também não pode sair por ai dizendo estar com depressão, e para os fiéis orarem por ele, como um pastor faminto apascentará ovelhas?

            Preocupa-me a matança de baleias, vidas perdidas e ovelhas desgarradas, e não sairia dizendo que mataria fulano ou cicrano, mas isso me diferenciaria deles? Provavelmente não, o mundo atingiu um estagio tal, que por correções individuais ou até mesmo coletivas de pequenas relevâncias, não se obterá um efetivo êxito, isso não quer dizer que não devam ser feitas. É nosso dever procurar o melhor para nós e consequentemente para o planeta, porém devo informá-los que uma força a qual não conhecemos e nem ouvimos falar, de tempos em tempos age sobre as humanidades, e ela está batendo a porta desta, que se encontra muito bem trancada fazendo com que todos no interior se sintam seguros, não imaginam que nem um milhão de portas e trancas deterão este fenômeno, que traspassa todo o universo e quando se depara com mundos que se encontram como o nosso, é catastrófico para pessoas comuns.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

RMM Autobiografia 142

            Imaginem o quão decepcionado fiquei quando meus pais retornaram, trazendo tudo que os outros pediram e algo mais, trouxeram duas flechas, uma para mim e outra para o Samaroni, o segundo presente meu era um pequeno caixão, que ao abrir a tampa uma caveirinha se levantava e expelia um jato d’água como se fosse xixi, fiquei por anos imaginando que meus pais deveriam na menor das hipóteses ter me dado, alguma coisa que pelo menos equilibrasse em preço com as dadas aos meus irmãos, mas nunca falei isso a ninguém. A Célia ainda conserva a boneca ganhada, que falava contando historinhas e cantando algumas músicas, através de um pequeno disco que imitava o de vinil, porém menor que um CD, ela nunca foi reformada e pelos seus 40 anos de existência, tornou-se uma espécie de noiva do Chuck, se der certo tiro uma foto e a publico no blog. 

Obs: Vocês não estão entendendo, quando ouvi meus irmãos pedirem isto e aquilo outro, tudo que mais de moderno havia em tecnologia, imaginei: Meu pai não vai comprar nada disso, vou pedir uma flecha que deve ser barato e assim terei meu presente garantido.