Em minhas viagens, ao passar por uma construção que
parecia ser um mosteiro (pois se situava ao lado de uma conhecida igreja encravada
em rocha), pensei: Aqui poderia achar a chave da verdade e também dormida,
comida e algum conforto. Não obstante, segui meu caminho. Ao me retirar da
cidade, já na área rural, abateu-me o cansaço, uma angústia, o Sol declinava no
horizonte e eu não suportava a expectativa de passar mais uma noite no relento,
com fome e frio. Então resolvi voltar.
Na
ida havia passado por um grupo que aparentava ser de mendigos e coziam alguma
coisa num fogareiro e, provavelmente, estavam acampados numa ruína de
construção. Já na volta, a alguns metros de distância, pedi para que eles me
deixassem passar a noite em suas companhias, no que parecia ser seus
alojamentos. Eles foram contra, dizendo não haver conforto, e que era melhor
retornar à cidade, pois lá as coisas seriam mais fáceis. Indagados por mim,
disseram que a próxima cidade era muito longe. Insisti ainda em ficar ali pelo
menos uma noite, mas eles foram implacáveis e se opuseram veemente à minha
presença. Sendo assim retornei à cidade que eu vira o tal mosteiro.
Ao
retornar à cidade, fui em direção à construção, sendo recebido por um dos
internos. Começamos um debate duradouro: eu tentando expor que ele deveria me
acolher pelo que aquela instituição representava e isto seria normal pelas
Escrituras; e ele se opondo, alegando que havia regras que não poderiam ser
quebradas. E assim permanecemos por mais de hora. Eu dizendo como a instituição
deveria ser e ele tentando me convencer a aceitá-la como ela é. Não permitiu
que eu fosse acolhido como hóspede. Tentava me convencer que eu me contentasse
com um prato de comida, pois nisto ele poderia me ajudar. Mas eu me opunha à
comida e insistia que me desse abrigo. Por fim, não tendo sido atendido o meu
pedido, resolvi me retirar. Porém, retornei e me contentei com o prato de
comida.