Quando chegávamos, logo a notícia se espalhava. Normalmente
meu pai nos deixava no meu avô e ia cumprimentar todos os familiares, aliás,
toda a cidade, pois todos se conheciam.
Um fato chocante foi quando um dia, não sei se de
propósito, demos várias voltas na cidade, apenas eu e ele. Já ao anoitecer, uma
jovem moça nos fez companhia por alguns instantes.
Estava
dentro do carro estacionado, não me lembro se só ou em companhia da moça, numa
movimentada rua à porta do salão de festas da cidade, que provavelmente
antecipava alguma festividade. Vi minha mãe passar ao meu lado com uma feição
irada, dirigindo-se rumo ao meu pai, que era o centro das atenções em meio aos
outros.
Ao
encontrá-lo deferiu vários tapas, no mínimo, quatro ou cinco sequenciais. A imagem
ainda está em minha mente como um filme, e seria fácil reproduzi-la. Após isso
voltou com lágrimas nos olhos. Se ela sabia que eu estava no carro ou não, eu
não sei. Assim como ela evitou olhar em direção ao carro, que se encontrava
entre a casa do meu avô e o salão, também evitei olhá-la.
Fiquei muito chocado. Depois, a menina, que era afilhada
de meu pai ou dos dois, foi até ela, preocupada se poderia ser ela o pivô de
tudo. Porém, minha mãe negou. Até hoje dá mil desculpas para o ocorrido. Por acaso
ontem à noite minha esposa, em meio a uma rua não muito movimentada, tirou um
copo descartável de minhas mãos e o jogou ao chão, derrubando o líquido que eu
já não suportava mais beber. Não gosto desse tipo de atitude, mas fazer o que?!
Mulheres!