Às vezes penso em
escrever algo, mas não escrevo, então fico na dúvida, é este o caso do texto
que segue. O Leão há poucos meses nos falou que meu pai vindo de Nova Veneza
passou pela fazenda, e parando o Charger R/T dentro do córrego, retirou o 38 do
porta-luvas e falou que ficariam ali esperando os ladrões de gado. Tio Leão não
gostou nada da historia, mas na qualidade de irmão mais novo apenas concordou.
Logo após ouvir o caso, o Samarone relatou que lembrava de meu pai ter feito
isto com toda a família dentro do carro, a principio achei estranho por não me
lembrar, mas aos poucos me veio a recordação, quando ainda na BR, ele mencionava
passar pela fazendo voltando de Nova Veneza, todos eram contra, principalmente
a Lu e a Geni os mais novos ficavam calados provavelmente por não saber se
seria bom ou ruim, algumas vezes ele sedia aos apelos das mulheres e entre
reduzidas e freadas acabava por seguir em frente de volta para a chácara.
Pretendo discorrer pausadamente e tentar provar que não há verdade absoluta no meio em que acreditamos viver.
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
RMM – Autobiografia 210
Certa vez minha mãe
apresentou umas cartas às minhas irmãs, entrei no momento em que ela as
expunha, esparramadas pela cama, não entendi, mas ela relatou que certa cigana
a havia instruído a lê-las (até hoje não compreendo, e não sei se essa cigana
era uma pessoas ou um suposto espírito). A partir daí era comum minhas irmãs
mais velhas e até mesmo o Júnior solicitar que ela as consultasse e normalmente
o que eles gostavam de saber era com referencia a relacionamentos amorosos.
Isto se expandiu a vários parentes e amigos e através do casal (Leão e Irene)
muitas embaixatrizes iam até a chácara para as tais adivinhações, entre elas as
que mais se destacavam em minha memória foram a da Bélgica e a da Costa do
Marfim, provavelmente porque foram mais vezes, eu ficava louco para que minha
mãe as apresentasse a mim (as cartas), mas me continha sendo que isto ocorreu
pouquíssimas vezes.
Obs:
Hoje tive uma ótima noticia com referencia a minha mãe, que após mais de semana
numa UTI, deverá obter alta deste local até amanhã, por estar aparentemente
tudo bem com ela.
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
PMM 173
O que eu imaginava
fazer de inusitado, por enquanto não deu certo, como inúmeras vezes em minha
vida sonhos não se concretizam e não havia um plano B, tudo bem, “cause I try
and I try [...]” Para executá-lo precisava de cúmplices ou escudeiros e alguns
daqueles com quem pensava contar foram pescar, aliei-me a estes, mas no dia 6
os abandonei e vim para Brasília, jamais imaginava que seria “barrado no baile”
como muitos patriotas foram aqui no 7 de setembro. Tinha esperança ainda de
contar com três amigos próximos, porém dois já na noite anterior negaram-se a
me acompanhar, provavelmente devido ao exagerado consumo de bebida alcoólica,
com a agravante de um deles se deixar dominar por uma mulher e o outro pela
preguiça que sempre o acomete, talvez tendo este mesmo consumo provocado as
duas coisas concomitantemente. O último pela manhã me abandonou, este se deixa
levar por drogas ilícitas, com um time assim fica difícil ganhar, “cause I try
and I try [...]” Detalhe: há nenhum deles relatei o que faria, apenas ao último
permiti que soubesse alguma coisa, para lhe dar responsabilidade, mas o que ele
gosta mesmo é de se portar como louco e intimamente se fazer de vitima, porém
ele próprio é o seu carrasco. E quem seria o grande culpado? Aquele que fala
dos outros, lógico, e não consegue corrigir a si mesmo. De volta ao ato
inusitado: quando o formulei na mente, acreditei que precisava contar com a
ajuda daqueles que não falham, e para isso deveria me abster de todas as
substancias tóxicas, pensei em incluir até mesmo café e coca, cola é lógico.
Tendo relatado isso há uma amiga muito especial, lhe falei ainda que tinha a intenção
de afastar-me até mesmo das mulheres, no sentido sexual, por aqueles dias. Tendo
isto e mais algumas palavras minhas a deixado muito irritada, fazendo-a dizer
coisas que poderiam ser evitadas, tudo bem não me incomodo, ela tinha direito
de se manifestar como fez. E o meu propósito descumprido, com relação a
favorecer a ajuda de forças alheias ao nosso conhecimento, foi indubitavelmente
o principal motivo da operação não ter se realizado, assim eu penso. “Cause I
try and I try [...]” (porque eu tento e tento...).
terça-feira, 15 de setembro de 2015
RMM – Autobiografia 209
Devo citar, não por
acaso... Numa reunião de família regada a muita bebida, percebi minha avó Rita
muito agitada e nervosa, então após me informar tive ciência que era devido o
Adjar (primeiro dos seus netos e único médico da família) ter sumido pelo mato,
isto devido outros parentes não terem permitido que ele dormisse. Ela
desesperou imaginando e dizendo que insetos ou pequenos animais poderiam entrar
em suas vias respiratórias, provocando males ou até mesmo sua morte, todos
diziam que nada disso ocorreria, porém não a conformavam. Aliei-me a ela nesta
procura pela chácara, e me concentrei mais na área de cerrado virgem, que
ficava próximo a BR, pois as outras terras eram muito úmidas. Depois de algumas
horas ele retornou com um travesseiro e cobertor debaixo do braço avermelhado e
também a face por causa do Sol. Agora a poucas semanas aquele corpo, pequeno, devido
a um acidente na infância não participa mais de nossas festas, encontros e tradições,
dele resta-nos apenas as lembranças e saudades.
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
RMM – Autobiografia 208
Casa das máquinas fazia
um som moderno, e vinham se destacando outros na MPB, porém lá em casa o que
rolava era a sertaneja, minha mãe havia comprado seu primeiro LP que era do
Milionário e José Rico, num momento festivo rodaram-no por mais de 24 h
seguidas, dando intervalo apenas para virá-lo. Eu já era fã de um jovem
repórter da Globo, ligado principalmente a área musical (Nelson Mota):na minha
opinião o monstro sagrado da revolução musical, realizada em nosso país nas últimas
décadas, da qual a maioria dos grandes sucessos atuais não fazem parte.
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
PMM 172
Estou pensando em fazer
algo inusitado, para colocar em prática meu pensamento, terei que contar com
toda minha loucura e também com toda a sanidade e mesmo assim depender de uma
coragem, que não sei se possuo. Não estou prometendo nada, apenas formulei um
ato em minha mente que para muitos pareceria insano, mas não posso me preocupar
com o que os normais pensam, pois normal não sou. Não se preocupem, nada
alarmante, citarei como exemplo o que fiz a algumas décadas: numa instrução de
luta marcial ministrada por um sargento, ele nos ensinava um golpe, em que nós
os alunos recrutas éramos os agressores e ele como vítima absolvia o golpe,
numa forma defensiva que no final nos levava ao chão, rendidos. Eu era um dos últimos
da fila e percebi que aquilo não era o que parecia ser: para mim assemelhava-se
a um teatro, os alunos simulando o ataque, e de um a um no final iam ao chão. Reuni
o pessoal do fundo e comentei que o movimento do mestre não derrubaria o aluno,
e fiz a simulação com dois ou três, já pedindo que alguém do grupo não caísse, não
participasse daquele ato, ele se aproximava e eu insistia para que alguém não cedesse,
porém todos se negavam por gestos, e assim foram caindo, nesta altura passei a
ceder meu lugar, e todos que estavam cientes de minhas palavras ficaram na
expectativa, até que chegou minha vez, como o último da fila, decepcionado com
meus companheiros, mas não sabia o que faria. Então chegou o coroa, naquele
instante a coragem me veio, reuni toda minha força corporal e equilíbrio, resistindo
ao golpe, o cara me arrastou por metros, fungando e gemendo próximo ao meu
ouvido, já exausto. Percebi que ele já não poderia conter sua ira, sendo assim
cai, tendo que me desviar de dois golpes baixíssimos, executados por ele, isso
entre alguns xingamentos como fdp, jamais imaginei que logo após, estando
apenas nós, os alunos, todos viriam a mim batendo em minhas costas e me
parabenizando, atitudes que perduraram por dias. Não era essa minha intenção,
mas gostei muito.
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