quarta-feira, 30 de setembro de 2015

RMM – Autobiografia 211

       Às vezes penso em escrever algo, mas não escrevo, então fico na dúvida, é este o caso do texto que segue. O Leão há poucos meses nos falou que meu pai vindo de Nova Veneza passou pela fazenda, e parando o Charger R/T dentro do córrego, retirou o 38 do porta-luvas e falou que ficariam ali esperando os ladrões de gado. Tio Leão não gostou nada da historia, mas na qualidade de irmão mais novo apenas concordou. Logo após ouvir o caso, o Samarone relatou que lembrava de meu pai ter feito isto com toda a família dentro do carro, a principio achei estranho por não me lembrar, mas aos poucos me veio a recordação, quando ainda na BR, ele mencionava passar pela fazendo voltando de Nova Veneza, todos eram contra, principalmente a Lu e a Geni os mais novos ficavam calados provavelmente por não saber se seria bom ou ruim, algumas vezes ele sedia aos apelos das mulheres e entre reduzidas e freadas acabava por seguir em frente de volta para a chácara.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

RMM – Autobiografia 210

         Certa vez minha mãe apresentou umas cartas às minhas irmãs, entrei no momento em que ela as expunha, esparramadas pela cama, não entendi, mas ela relatou que certa cigana a havia instruído a lê-las (até hoje não compreendo, e não sei se essa cigana era uma pessoas ou um suposto espírito). A partir daí era comum minhas irmãs mais velhas e até mesmo o Júnior solicitar que ela as consultasse e normalmente o que eles gostavam de saber era com referencia a relacionamentos amorosos. Isto se expandiu a vários parentes e amigos e através do casal (Leão e Irene) muitas embaixatrizes iam até a chácara para as tais adivinhações, entre elas as que mais se destacavam em minha memória foram a da Bélgica e a da Costa do Marfim, provavelmente porque foram mais vezes, eu ficava louco para que minha mãe as apresentasse a mim (as cartas), mas me continha sendo que isto ocorreu pouquíssimas vezes.

Obs: Hoje tive uma ótima noticia com referencia a minha mãe, que após mais de semana numa UTI, deverá obter alta deste local até amanhã, por estar aparentemente tudo bem com ela.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

PMM 173

      O que eu imaginava fazer de inusitado, por enquanto não deu certo, como inúmeras vezes em minha vida sonhos não se concretizam e não havia um plano B, tudo bem, “cause I try and I try [...]” Para executá-lo precisava de cúmplices ou escudeiros e alguns daqueles com quem pensava contar foram pescar, aliei-me a estes, mas no dia 6 os abandonei e vim para Brasília, jamais imaginava que seria “barrado no baile” como muitos patriotas foram aqui no 7 de setembro. Tinha esperança ainda de contar com três amigos próximos, porém dois já na noite anterior negaram-se a me acompanhar, provavelmente devido ao exagerado consumo de bebida alcoólica, com a agravante de um deles se deixar dominar por uma mulher e o outro pela preguiça que sempre o acomete, talvez tendo este mesmo consumo provocado as duas coisas concomitantemente. O último pela manhã me abandonou, este se deixa levar por drogas ilícitas, com um time assim fica difícil ganhar, “cause I try and I try [...]” Detalhe: há nenhum deles relatei o que faria, apenas ao último permiti que soubesse alguma coisa, para lhe dar responsabilidade, mas o que ele gosta mesmo é de se portar como louco e intimamente se fazer de vitima, porém ele próprio é o seu carrasco. E quem seria o grande culpado? Aquele que fala dos outros, lógico, e não consegue corrigir a si mesmo. De volta ao ato inusitado: quando o formulei na mente, acreditei que precisava contar com a ajuda daqueles que não falham, e para isso deveria me abster de todas as substancias tóxicas, pensei em incluir até mesmo café e coca, cola é lógico. Tendo relatado isso há uma amiga muito especial, lhe falei ainda que tinha a intenção de afastar-me até mesmo das mulheres, no sentido sexual, por aqueles dias. Tendo isto e mais algumas palavras minhas a deixado muito irritada, fazendo-a dizer coisas que poderiam ser evitadas, tudo bem não me incomodo, ela tinha direito de se manifestar como fez. E o meu propósito descumprido, com relação a favorecer a ajuda de forças alheias ao nosso conhecimento, foi indubitavelmente o principal motivo da operação não ter se realizado, assim eu penso. “Cause I try and I try [...]” (porque eu tento e tento...).

terça-feira, 15 de setembro de 2015

RMM – Autobiografia 209

      Devo citar, não por acaso... Numa reunião de família regada a muita bebida, percebi minha avó Rita muito agitada e nervosa, então após me informar tive ciência que era devido o Adjar (primeiro dos seus netos e único médico da família) ter sumido pelo mato, isto devido outros parentes não terem permitido que ele dormisse. Ela desesperou imaginando e dizendo que insetos ou pequenos animais poderiam entrar em suas vias respiratórias, provocando males ou até mesmo sua morte, todos diziam que nada disso ocorreria, porém não a conformavam. Aliei-me a ela nesta procura pela chácara, e me concentrei mais na área de cerrado virgem, que ficava próximo a BR, pois as outras terras eram muito úmidas. Depois de algumas horas ele retornou com um travesseiro e cobertor debaixo do braço avermelhado e também a face por causa do Sol. Agora a poucas semanas aquele corpo, pequeno, devido a um acidente na infância não participa mais de nossas festas, encontros e tradições, dele resta-nos apenas as lembranças e saudades.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

RMM – Autobiografia 208

     Casa das máquinas fazia um som moderno, e vinham se destacando outros na MPB, porém lá em casa o que rolava era a sertaneja, minha mãe havia comprado seu primeiro LP que era do Milionário e José Rico, num momento festivo rodaram-no por mais de 24 h seguidas, dando intervalo apenas para virá-lo. Eu já era fã de um jovem repórter da Globo, ligado principalmente a área musical (Nelson Mota):na minha opinião o monstro sagrado da revolução musical, realizada em nosso país nas últimas décadas, da qual a maioria dos grandes sucessos atuais não fazem parte. 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

PMM 172

    Estou pensando em fazer algo inusitado, para colocar em prática meu pensamento, terei que contar com toda minha loucura e também com toda a sanidade e mesmo assim depender de uma coragem, que não sei se possuo. Não estou prometendo nada, apenas formulei um ato em minha mente que para muitos pareceria insano, mas não posso me preocupar com o que os normais pensam, pois normal não sou. Não se preocupem, nada alarmante, citarei como exemplo o que fiz a algumas décadas: numa instrução de luta marcial ministrada por um sargento, ele nos ensinava um golpe, em que nós os alunos recrutas éramos os agressores e ele como vítima absolvia o golpe, numa forma defensiva que no final nos levava ao chão, rendidos. Eu era um dos últimos da fila e percebi que aquilo não era o que parecia ser: para mim assemelhava-se a um teatro, os alunos simulando o ataque, e de um a um no final iam ao chão. Reuni o pessoal do fundo e comentei que o movimento do mestre não derrubaria o aluno, e fiz a simulação com dois ou três, já pedindo que alguém do grupo não caísse, não participasse daquele ato, ele se aproximava e eu insistia para que alguém não cedesse, porém todos se negavam por gestos, e assim foram caindo, nesta altura passei a ceder meu lugar, e todos que estavam cientes de minhas palavras ficaram na expectativa, até que chegou minha vez, como o último da fila, decepcionado com meus companheiros, mas não sabia o que faria. Então chegou o coroa, naquele instante a coragem me veio, reuni toda minha força corporal e equilíbrio, resistindo ao golpe, o cara me arrastou por metros, fungando e gemendo próximo ao meu ouvido, já exausto. Percebi que ele já não poderia conter sua ira, sendo assim cai, tendo que me desviar de dois golpes baixíssimos, executados por ele, isso entre alguns xingamentos como fdp, jamais imaginei que logo após, estando apenas nós, os alunos, todos viriam a mim batendo em minhas costas e me parabenizando, atitudes que perduraram por dias. Não era essa minha intenção, mas gostei muito.