Wilson Simonal com sua Sá marina, ainda fazia o povo
inteiro cantar. Enquanto n’outra música, diziam: “A Tonga da mironga do
kabuletê”. A princípio pensava que era Antônio Carlos e Jokafi. Mas,
recentemente, fiquei sabendo que era Toquinho e Vinícius, os quais só tomei
ciência de suas existências na ocasião da morte de Vinícius e do grande sucesso
de Toquinho: Aquarela. O fenômeno Evaldo Braga encerrava sua existência na
Terra, mas Benito Di Paula, juntamente com Agepê, ajudavam o público a
esquecê-lo. Tim Maia tinha um sonho todo azul. E a música que realmente mexia
comigo era: “Te carreguei no colo, menina, cantei pra ti dormir”.
Pretendo discorrer pausadamente e tentar provar que não há verdade absoluta no meio em que acreditamos viver.
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
PMM 118
Não foram apenas uma ou duas pessoas que vieram me
perguntar se eu não escreveria algo sobre Mandela. Minha filha fala que sou
preconceituoso por não gostar do Rappa, Seu Jorge e por isso e aquilo outro.
Minhas preocupações não são as mesmas da grande maioria, e evidências disso
deixo em cada texto.
Quanto ao espetáculo propiciado pelos líderes mundiais e
toda a mídia com referência ao cerimonial fúnebre de Mandela, creio que estava
tudo previamente combinado entre eles. Pessoalmente, não esperava tanto. Porém,
creio que aqui, por uma questão óbvia, não deveria ter ultrapassado o do Sérgio
de Mello, pelo que ele representou ao mundo. Alguém se lembra do cerimonial
fúnebre do Sérgio?
Citei e citarei ainda Martin Luther King. E por que o
Vaticano não faz como os EUA, colocando em sua liderança um homem negro? Isto
seria possível? E o que os poderosos negros americanos fazem pelo seu
continente de origem? Quero justiça, não para um ou dois, mas para todos os
negros que ainda se encontram escravizados. Os outros devem se virar, como nós,
pobres, nos viramos.
As
pessoas, às vezes, me falam sobre alguma coisa; quando digo que nada sei a
respeito, se decepcionam, acham um absurdo. Por exemplo, não sabia que existia
um tal de Gerald Thomas, ouvi falar dele num programa da madrugada. Então
procurei me informar mais, pois achei seu comportamento semelhante ao meu.
Porém, é lógico que não tenho coragem de fazer as loucuras que ele faz. Mas há
muitas concordâncias nelas.
Escrevi este meu confuso texto em homenagem à minha
descoberta deste personagem, que procura ser ele mesmo em todo momento.
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
RMM – Autobiografia 106
Fora os temores noturnos, o que me incomodava era quando
ouvia meus pais discutindo em seu quarto noite afora. Minha mãe falava muito e,
normalmente, chorava nessas discussões. Meu pai falava algumas coisas e, às
vezes, pelo som que ouvia, faziam movimentos bruscos, e minha mãe dizia: “Não!
Não!”, num volume mais alto. Eu imaginava que eles poderiam estar se agredindo,
porém, hoje, percebo que eram outras coisas. Nunca comentei isso com ninguém, e
não sei se era só eu que ouvia.
Depois de muitos anos fiquei sabendo que, naquela época,
meu pai visitava uma mulher em Goiânia, que tinha conhecido através de minha
tia Verica. Comentando este fato entre meus primos há alguns meses, eles
disseram que pensavam se tratar da própria Verica, mas eu veementemente
discordei. Ele tinha o Charger RT. Enquanto minha mãe pensava que ele estava
por aqui, ele se encontrava lá em Goiânia. Diziam que ele fazia esse trajeto em
pouco mais de uma hora, pois, apesar da pista ser única, era bem conservada e o
movimento era pouquíssimo naquela época. Sem falar que não existiam lombadas,
pardais e nem radar.
Segundo minha mãe, um dia ela pediu a Deus ou aos santos
que se ele estivesse com outra mulher, não era para voltar. E esta foi a única
vez que ele retornou no dia seguinte, dizendo que deviam dar graças a Deus, pois
o Charger havia ficado na estrada. Após isso, todos os parentes e amigos o
zuavam Como o Dilon conseguiu capotar um “Dodjão”?
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
RMM – Autobiografia 105
Ficou em minha memória os 25 kg, pois durante alguns dias
a Lú me abeirava querendo dizer algo. Até que minha mãe permitiu que ela
falasse:
-
Marco, você tem que comer senão você vai morrer.
Respondi:
-
Se eu morrer é bom que não preciso mais comer.
Estava
com uma forte anemia e, além de ter que tomar alguns remédios e vitaminas
farmacêuticas, tive também que beber fígado cru batido no liquidificador. Não sei
se era puro ou com mais alguma coisa, acho que tinha açúcar. A partir daí, eu me
pesava com frequência, mas foi difícil sair dos 25 kg, acho que cheguei aos 28
kg antes de findar aquele ano.
Só
me lembro que comia pouco por causa deste fato.
Até
hoje não como muito, apesar de estar acima do peso. Isso não deve ser pelo
excesso de comida, mas sim de bebida e falta de exercício.
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
RMM – Autobiografia 104
No natal daquele ano, meu pai retirou do carro, assim que
o Samaroni adormeceu, um grande velocípede metálico e o colocou no meio da
sala. Disse que seria do Samaroni (não me lembro se algum dos outros filhos
ganhou algum presente, mas creio que não). Recomendou que não mexêssemos e em
hipótese alguma andássemos nele, pois não suportaria nossos pesos. Eu tinha 8
anos e não pesava mais que 25 kg, mas obedeci. Após este dia, de vez em quando
dava umas voltinhas o mais breve possível, com medo de ser visto por alguém.
Um dia, na ausência de meu pai, o Júnior começou a andar,
e todos andamos por mais de horas no velocípede, naquele dia inesquecível.
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
PMM 117
“Tanta gente falando de amor, escrevendo sobre amor,
cantando sobre amor, postando sobre amor, pensando no amor, fazendo amor e eu
me pergunto: Por que ainda há tantos problemas com as pessoas e no mundo? Cadê
o Amor?
AH,
sim… é o amor por si próprio, o amor pra si próprio (egoísta) e o amor
material. Foi tanto Amor junto dentro das pessoas que não sobrou espaço pro
Amor ao Próximo. Fico impressionada.”
Quando
li este pequeno texto no facebook, o achei extremamente belo e disse a minha
filha que o salvasse, pois gostaria de comentá-lo. Realmente, Kamilla (amiga
nossa, que conheci através dos mais jovens da família), estas palavras vieram
do fundo da alma. Lendo-o por várias vezes, me encontro no momento
impossibilitado de dizer algo a seu respeito.
Parabéns!
E que todos meditem nessas suas palavras a cada dia.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
RMM – Autobiografia 103
Havia uma pequena árvore em frente à casa e era normal eu
escalá-la. Sempre que meus pais me surpreendiam nessa atitude, me repreendiam.
Um dia, logo após uma chuva, na presença do Júnior, assim que pendurei na
primeira galha, escorreguei e bati com a cara no chão. A região mais afetada
foi a que rodeia os olhos (além de ter me cortado). O Júnior veio me socorrer
entre risos e zuação. Fizeram um curativo e até hoje se percebe um pequeno
caroço pouco maior que o tamanho de uma cabeça de fósforo na região que sofreu
o maior impacto, rente ao osso externo do olho direito.
N’outro
dia jogávamos bola na garagem quando o Carlos (filho mais novo da tia Geralda)
deu um forte chute que atingiu uma Kombi em movimento na avenida. O motorista
parou. Ficamos todos temerosos e nos dirigimos até ele, mas creio que ficou tão
aliviado após o susto do grande impactado, também percebendo que nada foi
afetado no automóvel, partiu, de cara fechada, sem dar muita atenção para nós.
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
RMM – Autobiografia 102
Um dia, ao chegar em casa, não me lembro se vindo do
colégio ou do clube, deparei com meus irmãos na maior algazarra na caixa d’água
da casa, comandados pelo Júnior. É lógico que me uni a eles. Mais tarde meu pai
apareceu e nos flagrou, a desculpa é que estávamos lavando-a.
Quando
começou a época de chuva, apareceram várias infiltrações e a água jorrava pelas
partes elétricas. Um abajur da sala era o primeiro a despejá-la e o último a
parar. Um dia a tampa do interruptor de energia na parede da sala abriu
subitamente devido a um forte fluxo de água que ali chegou. Meu pai nunca fez
nada para sanar esses problemas, apenas dizia que eram por conta de nossa festa
na caixa d’água.
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
RMM – Autobiografia 101
Lá tivemos nossa primeira empregada. Então as meninas
cederam seu quarto a ela e foram dormi conosco. Aí, por três ou quatro vezes, a
Geni, me vendo tentando ir para a cama de cima, me falara para não fazê-lo,
pois ele brigaria comigo. Sendo assim, pensei: “Ela tem o sono leve, é mais
seguro ir para a cama dela”. E foi o que fiz. Pois algumas noites antes, tinha
passado novamente por momentos de terror...
... Estando no canto do Júnior, não conseguia me cobrir
por completo, puxava a coberta com toda a força e ela não cedia. Imaginei que o
Júnior tivesse fazendo isso propositadamente, apesar de não demonstrar. Então,
puxando-a com muita força, levantei a cabeça para ver onde se prendia. Aí vi
uma forma de quatro grandes dedos esbranquiçados como se fosse uma luva, prendendo-a,
pressionando-a na lateral da cama. Imaginei que havia uma pessoa deitada na cama
de baixo com a mão nessa posição. Acomodei-me como deu, pressionando levemente
a coberta e imaginando que ele (acreditei ser o Frankenstein) não poderia sair
daquela posição sem soltar a coberta. Portanto, fiquei mais tranquilo: Se a
coberta folgasse, eu avançaria no Júnior.
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Eu Sou Deus (PMM 116)
Ficção
Parte
INum futuro próximo...
Chega dos céus uma criatura semelhante a nós. Porém, sua altura é de quase três metros, sem sinais de gigantismo. Um espécime de homem perfeito de cor azul, da mesma pigmentação que se apresenta na forma de pequenas pintas em alguns seres humanos (coincidência ou não, conheci um casal que as tinham e houve uma forte atração e também tumultuado relacionamento entre eles; isto a quase vinte anos. A mulher até hoje não esqueceu o outro, que continua sendo meu amigo).
Assim
que foi identificado, começaram a filmá-lo e todo mundo parou para vê-lo ao
vivo. Comunicaram ao Papa que, imediatamente, de uma forma veemente,
assumiu a liderança de um grande grupo de religiosos que o apoiaram em defesa
do ser. Alguns líderes bélicos pensaram em destruí-lo, talvez porque dele
emanasse luzes em forma de labareda de fogo. Estas cobriam um raio de 7 mil
metros ao seu redor, mas não emitiam calor. E, desde o primeiro avistamento até
o momento que seus pés tocaram o chão foi contado 70 minutos. Milhões o
aguardavam no Central Park, em NY. Conforme se aproximava, a luz diminuía, mas
percebia-se ainda uma fraca radiação em sua volta. Então, se apresentou:
-
Vim do mesmo sistema planetário da entidade que foi vista e ouvida por crianças
e alguns outros há quase um século e, apesar dela não ter se identificado, seus
religiosos mais poderosos a chamaram de Fátima. E podem me chamar de Eu Sou
Deus.
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
RMM – Autobiografia 100
Neste novo ambiente, não sei se pela idade (8 anos), meus
terrores noturnos se multiplicaram. Em meio à noite, quando acordava, saía do
beliche que dividia a parte debaixo com o Samarone, e ia para cima, onde dormia
o Júnior (mais velho que eu cerca de 4 anos). Às vezes ele acordava e dizia: “Volta!
Volta!”.
Era
como se houvesse festa na cozinha todas as noites, pelos sons que ouvia. Imaginava
crianças, mulheres e homens andando para cá e para lá descalços. Mexiam nas
panelas, copos, talheres, abriam geladeira e também a torneira do filtro. Às vezes
passavam pela porta do quarto e se dirigiam à sala ou ao quarto das meninas. Mas
a farra toda normalmente se concentrava na cozinha, cujas paredes internas que
a rodeavam era a do nosso quarto e a dos meus pais.
O
ápice desses terrores foi quando, numa noite, os passos vieram até nossa porta.
Por sorte, já me encontrava no canto da cama do Júnior. Prendi a respiração e
torci que os passos se afastassem. Mas, pelo contrário, após alguns segundos,
mexeu na maçaneta, como se fosse abri-la. Achei um absurdo: “Não é possível que
vai abrir a porta e entrar!”. Quando, pelo som, percebi que ela se abriria, não
me contive e levantei a cabeça num desespero, na tentativa de inibir o que quer
que fosse. Mas a porta se abriu.
Fechei
os olhos e avancei com violências as mãos no Júnior: “A porta abriu sozinha! A
porta abriu sozinha!”. Então nos levantamos e ele foi na frente, comigo
agarrado em suas vestes, com medo de ver algo, puxava-as e me mantinha mais
próximo. E ele dizia:
-
Tava aberta!
-
Não estava não. Ela não dorme aberta.
-
Foi o Maciste.
-
O Maciste não dorme dentro de casa.
-
Então foi o vento.
-
Aqui não venta, e mexeram na maçaneta.
Naquela
noite ele permitiu que eu amanhecesse no canto.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
PMM 115
Por falar em lixo, no meu último pensamento ficou claro
que lembrei da escória que novamente usou uma de nossas aeronaves para tratar
de assuntos pessoais. Ao saber da notícia pela manhã, já me irritei, ainda mais
quando, na noite do mesmo dia, ouvindo músicas no rádio, a programação foi
interrompida para seu pronunciamento. Depois fiquei sabendo que ele pagaria os
gastos pelo uso indevido, assim como fez da outra vez.
A
mais de década ocorreu que o finado Mossoró (meu amigo e cliente) demonstrou
surpresa por eu tê-lo cobrado uma dívida para com o meu mercado. Disse-me que
não a havia contraído. Concordei e falei que não era necessário pagá-la, mas,
se eu lembrasse como havia ocorrido o fato, lhe relataria e cobraria dobrado,
solicitando seu acordo. Em poucos dias após lembrar, falei como as coisas
haviam ocorrido. Sem nenhuma hesitação, me deu o dinheiro em dobro, como o
combinado.
Em
minha opinião, não basta pagar os gastos e ficar por isso mesmo. No primeiro
caso, no mínimo, alguns deveriam ser presos.
Quando
falei não estar entendendo aquelas manifestações em meados do ano, fui sincero.
Ao fazer meu vídeo, também o fui. Fiz por um caráter emergencial, demonstrando
que eu acreditava realmente que o gigante havia despertado. Naquele momento não
passava em minha mente que logo ele estaria sonolento e novamente se daria a um
profundo sono que o acometia a mais de duas décadas. Será que meu vídeo terá
que esperar por outros vinte ou mais anos para se concretizar, seguindo a trajetória
lenta dos meus textos? Até quando suportaremos fatos como estes e muitos outros
que chegam aos nossos ouvidos? Não mandamos todos eles para aquele lugar? Por que
não foram?
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
RMM – Autobiografia 99
Era meados de 72 e um fato que teve repercussão nacional
foi: Bandidos quebraram uma parte da parede da loja do Ponto Frio Bonzão e levaram
um absurdo de mercadorias, provavelmente em um ou mais caminhões. Isto a menos
de 50 m de nossa residência. Minha mãe falou que, naquela noite, nosso cão
chamado Maciste havia latido muito. No mais, nada percebemos.
Também havia bem em frente a nossa casa o mercado Chapecó
que, apesar de pequeno, se comparado com os hipermercados de hoje, era uma das
maiores redes de mercado de Taguatinga e da recém-criada Ceilândia. Esta, pela
ausência de obstáculos, eu observava à distância, me admirando muito que
pessoas pudessem trabalhar e viver ali em meio a tanta poeira.
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
PMM 114
Espero
que tudo lhes tenha ocorrido bem neste final e início de ano!!! Na menor das
hipóteses, como foi para mim.
Excluindo
o fato de que aqui em Samambaia, não sei se em toda a cidade, tivemos que festejar
em meio ao lixo. A coleta realizada três vezes por semana, respectivamente nas
segundas, quartas e sextas não foi efetuada. Na semana passada estranhei o fato
dos garis passarem ao domingo. Guiado pelo barulho, reuni os resíduos e corri
até o caminhão. Estava o maior movimento de trabalhadores, abordando a todos e pedindo
donativos. Achei estranho aquilo tudo e ao retornar ao meu lote, relatei o que
estava ocorrendo ao Sergio (marido da prima de minha esposa) e ele disse que
havia contribuído com eles e que eu o estava devendo, mas respondi que não
devia nada. A partir daí começou a maratona: Põe o lixo pra fora, trás de
volta, verifica as lixeiras dos vizinhos, etc. Até que na sexta eles passaram e
nesta semana a coisa se repete.
Sempre
trabalhei em regime de escala, este ano, por exemplo, foi o quarto consecutivo
que eu o fiz nas noites do dia 31. Ontem ao sair da casa de meu sobrinho, por
volta das 11h da noite, meu cunhado e seu filho encontravam-se arrumando
tomates para comercializar na CEASA (dou este exemplo porque fiz esta atividade
por vários anos). Nada contra os trabalhadores braçais, eu, mais que qualquer
outro, posso falar, pois, se necessário, executaria qualquer destes serviços.
Os
responsáveis por isso tudo devem estar com o traseiro esquentando em alguma
poltrona, aqui na administração, aliás, deverão estar daqui alguns dias. Vou
ver se reúno alguns amigos para irmos até lá, não sei se o farei. Para
encerrar, como estará o Renan Calheeeeiros?
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