segunda-feira, 31 de maio de 2021

Minhas viagens 233

     Pensava em pelo menos uma vez cruzar a represa, que ficava ao lado da barraca, de comprido, creio que daria mais de doze metros, mas nunca o fiz, de alguma forma o que não posso ver me assusta. O máximo que me arrisquei a entrar foi na altura da metade do corpo, na ocasião que resolvi lavar a barraca. Que aliás meus amigos peixinhos fizeram uma festa, até mesmo me atrapalhando. Me sentia um deus para eles, protegendo-os e os alimentando como podia, quando os abandonei, meu coração entristeceu ao imaginar o que seria deles.

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Minhas viagens 232

      Na sombra sob qual eu me sentava, um elevado próximo a barraca, havia uma árvore com frutos parecidos com figos, apesar de duros, os pássaros faziam um alvoroço comendo-os. Principalmente uns que seriam de tamanho próximo aos de papagaios, porém preto e branco (não lembro de avistá-los em outros lugares) e quanto a todos os pássaros que frequentavam ali, meu receio era que pousassem em mim, de tão adaptados que estavam com aquela figura humana, que há dias invadira seu habitat, óbvio que pensava em comer a tal fruta, até que um dia o fiz, seu gosto era como de abacate verde, logo após arrependi de tê-lo feito, pois a sensação ruim em minha boca perdurou por mais de hora, a princípio eu pensara: será que me fará mal esse troço? Mas tantos pássaros o comem...

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Minhas viagens 231

     Já estava indo para o final, sem relatar que logo nos primeiros dias resolvi quebrar alguns coquinhos, quase rasteiros e por conseguinte deparei com algumas larvas, pensei, agora não, mas terei que consumir algumas destas (os cocos eram absolutamente duros e fizeram parte de minha dieta). Preocupava-me os sons das pedradas que arremessava sobre eles várias vezes. Quanto a larva? Fui adiando, mas lá pelo vigésimo dia, coloquei uma na boca, tendo o cuidado de segurá-la pela cabeça, e comer o corpo mais rápido possível. Como havia ouvido falar por várias vezes que seu sabor imitava o do coco, assim é, não foi tão desagradável, aliás, não foi desagradável, mas uma sensação diferente, estranha e até agora única.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Minhas viagens 230

    O que iria dizer mesmo é que: enquanto comia o cuscuz pensei nas pessoas que o comeria por simples falta de opção de outras coisas e chorei, não só por isso, mas por tudo. Sim! Essas "minhas viagens" são muito angustiantes, nesta última espero tudo resolver, se não sair da forma que imagino, tenho outras mil opções, como: posso interrompê-la, posso modificá-la, posso voltar para minha casa, se uma pessoa permitir e me perdoar, posso ir para minha mãe, irmão, sobrinho, cunhado, Cavalcante com meus amigos doutores e etc. Aqui tenho carne, o mais diversificado número de alimentos e condições de conforto, por onde quer que eu ande, e os milhões mundo afora que não tem? Tenho certeza que estou entre o um bilhão de humanos mais privilegiado, materialmente falando e se estivesse entre o um bilhão menos privilegiado, como seria? O que são deles? Faço minhas viagens porque não sou normal, não, não sou normal, o que seria ser normal? Não me conformo com o mal do mundo e me parece que a maioria aceita, e considera tudo normal.

sexta-feira, 21 de maio de 2021

PMM 277

    "Marcão', Gritaram em frente ao meu portão, nesta madrugada... Lembrei quando há anos também ouvi este grito no Recanto, pela manhã, aonde acreditava estar invisível. Meses depois soube que era o Pedrão, cabelo de fogo. Dias após, Marcão ( às três da manhã no posto BR da nossa, Santo Antônio) Você continua Loko? Uma amiga emocionada como se visse uma celebridade... E nos Ricons del Cierro " Marcão". Enquanto eu passava no meu auto, provavelmente vindo do Rio Prata aonde ia amenizar meu stress ou depressão, na pista que também atende a Estância da Chakira e de não sei quem lá. Pensei: Aqui não pode ser. Era o irmão do Jesus, filho do Marcelo e que agora me foge o nome, gritando-me para conhecer teu pai. Que ainda hoje eu dizia a meus filhos para que não jogassem fora a cadeira que lhe pedi de regalo. Ela se encontrava em uma grande pilha de bagulho em sua chácara. Mas quem foi este de hoje? Com certeza mais um amigo, um Irmão.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Minhas viagens 229

     Sentava em uma pedra que ficava próxima ao fogareiro. Era uma cadeira básica e meu principal lugar de descanso, colocava algum pano sobre ela e lá eu comia, pensava, e olhava o fogo, logo nos primeiros dias abandonei aquele fogareiro. Optei por fazer uma fogueira e adaptava como dava as panelas diretamente sobre os troncos ou brasas, era bem mais rápido. Para o meu leite com aveia no fim do dia, simplesmente enfiava a vasilha entre as brasas e cinzas antes do meu banho, quando bem agasalhado e tudo em ordem meu último ato era tomar aquele mingau. Meu tênis ficava em uma estreita área entre a parte interna e a capa da barraca, colocava um pé emborcado sobre o outro, impedindo assim que algo pudesse penetrá-lo, mas sempre ao calça-lo inspecionava como podia e o fazia com cautela e receio.

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Minhas viagens 228

    Havia um pacote de cuscuz, após ler as instruções, o fiz, esqueci de relatar, fui guardando para o final e também três ou quatro miojos. Quando resolvi fazer o cuscuz, lembrei que minha mãe amarrava um pano abaixo de uma tampa com a massa entre ambos, sendo assim, pegando apenas o vapor. Não tinha um pano, e após muito pensar decidi pegar uma... 

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Minhas viagens 227

      Logo aprendi que deveria ir descascando a cebola, ao invés de cortá-la. Após isso a colocava em um saco plástico e pendurava em uma árvore, também a banana e o abacate, sendo que não abafava as frutas, na realidade ficavam sobre os troncos em uma altura que minhas mãos pudessem alcançar. Como já disse a fauna lá é muito pobre, em todo o tempo que lá fiquei, não ouvi nem vi micos, o que aqui em Brasília e arredores é muito comum. 

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Minhas viagens 226

     Ah! Sempre pela manhã fazia questão de tomar água, pois era o momento que ela se encontrava mais fria. A fervi durante muitos dias seguindo as recomendações dos programas yankees, que mandavam fervê-las, depois percebi que não havia esta necessidade. Quando sobrava comida ia comendo aos poucos, nunca interrompia o ato de expor ao Sol a cebola e o alho. Durante a noite e antes de sair da barraca, comia o doce ou rapadura com farinha. Ao começar a comida, comia muita cebola e pedacinhos de alho temperados e fritos, lógico, antes de por o feijão ou arroz. Esta foi minha base alimentar durante quase um mês. No início tive as bananas, abacates, batatinhas, batata doce e pelo que me lembro no décimo segundo dia acabaram, não me recordo se o último a ser consumido foi o abacate ou a batata doce.

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Minhas viagens 225

     Aquilo tudo abandonado: garrafas de cervejas e de bebidas esparramadas. Davam a crer que aquele ambiente seria apenas para bebedeiras e curtições. Todo aquele abandono se misturou ao meu, por mais que pedisse ajuda o momento foi o pior de todos, em seu ápice pensei em ir a uma bela casa que havia logo adiante, para ver que se de alguma forma aquela loucura fosse interrompida, mas consegui sair daquele local mais rápido possível, porém a angustia não saiu de mim.

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Flashes de Minhas Viagens 17

  Então! Conforme me fez recordar o face. Há exatos três anos por estas horas deveria estar na PRF de Jataí. Passei por eles pela BR enquanto abordavam um veículo: cumprimentei um dos patrulheiros (como é de costume meu) e logo depois a viatura me sinalizava para encostar em uma breve perseguição. Fizeram-me voltar cerca de 4km para uma sabatina mais detalhada. Perguntavam se eu transportava drogas e respondia que no carro a única era eu e o que tinha mais eram roupas velhas e outras bagulhadas. E poderia haver alguma semente de maconha ou algo parecido porque no Uruguai tenho um amigo que se amarrava em fumar enquanto estava comigo. Mas eu havia feito várias varreduras no veículo. Até que por fim me liberaram. É aqui cheguei. Há 3 anos por volta das 21h e pouco.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

PMM 276

    Então Ou se encostou numa cadeira e como acometido de sono percebeu que ele era quem havia partido para viver uma grande paixão e deixou o que seria o amor de tua vida a quem há poucas décadas se entregou. E seu filhinho que tanto dedicara grande amor. E também é o que ficou a se contorcer de dor por todo aquele demonstrado desamor, sem saber onde foi que errou. E o filhinho que de igual modo Ou se tornou que em tua tenra idade nada entendia mas sabia que venceria como tantos outros que a mãe abandonou. Sim! E só assim Ou percebeu que o Todo se dividiu para viver uma experiência do céu para a terra e quando tudo aqui acabar para o céu retornará.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

PMM 275

   Entendam! Desesperar jamais, não tem cabimento entregar o jogo no primeiro tempo. Todos passamos por um rigoroso e difícil processo para estarmos aqui agora, para este momento. Nada de ajoelhar e chorar e implorar. Vocês são filhos e feitos imagem e semelhança. Ajam! Há muito tempo quiseram nos dominar pelo medo e assim pensam que ainda pode ser. Assistam filmes, novelas, musicais. Noticiário? Não deem atenção ao que pode nos amedrontar. Aonde fixamos o pensamento só há aumento. Evitem até saber a respeito do que os trevosos querem nos encucar. Entendam! Menos de meio por cento dos humanos deste planeta há milênios acreditam nos controlar. Descendem de anjos caídos e creem ter todo comando, mas são fantoches usados por seres de Luz com o único intuito de despertar. Despertar os deuses e super- homens que somos nós. Eu Sou. Você também: Eu Sou! Eu Sou Auto- controle. Eu Sou Coragem! Eu Sou a Vitória!