Sendo assim na quarta-feira pela manhã saí a caminhar. Ah! A banana deve ter durado uns seis dias, o abacate um pouco mais, restando os outros itens. A batata doce começou a perecer precocemente isto deve ter sido provocado pelo longo tempo que elas ficaram embaladas, quase cem horas. Por sorte ou algo maior, a cebola e o alho estavam em bom estado e naquele dia resolvi abrir o leite em pó, fiquei admirado e surpreso quando li na embalagem "faz 32 copos" exatamente o número de dias que faltava.
Pretendo discorrer pausadamente e tentar provar que não há verdade absoluta no meio em que acreditamos viver.
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
Minhas viagens 169
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
Minhas viagens 168
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
Minhas viagens 167
quarta-feira, 21 de outubro de 2020
Minhas viagens 166
Logo resolvi comer algo e bebi água, pois o melhor horário de consumi-la era pela manhã quando sua temperatura ainda não se elevara pelo calor e o estresse voltou, mas sabia que não podia desistir e não desistiria. Não saia de minha mente as palavras de meu sobrinho quando lhe dei alguns detalhes da viagem "Dá conta não". Oque? Logico que dou, respondi. Tendo ele (um militar durão) não tocado mais no assunto. Então aquela terça-feira fatídica foi o meu pior dia até aquele momento. Tinha algumas breves calmarias na mente e coração, mas por alguns instantes beirava a total loucura.
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
Minhas viagens 165
Em uma terça (a segunda do isolamento), achei que poderia fazer um jejum para ver se desta forma meu sofrimento e angustia que eram intensos diminuíssem. Não foi o que aconteceu, aumentaram sobremaneira. Naquela manhã a única coisa que diminuiu minha aflição foi quando ouvi um som de grande impacto na água e imaginei que seria algo surpreendente. Me aproximei o mais rápido possível e era uma vigorosa novilha que ao me perceber em seu instinto e susto saltou por mais de quatro metros por sobre a água que formava uma pequena represa atrás da barraca, esta dava uns treze metros de comprimento por três ou quatro de largura.
sexta-feira, 16 de outubro de 2020
Minhas viagens 164
Assim fiquei ao redor dela por sete dias. Ah! Quando enumerei as noites já foi as vividas no acampamento definitivo e mais duas antes de chegar lá. Cheguei na fazenda domingo a tarde e terça já estava nesta área que como falei ao proprietário e funcionários posteriormente me pareceu um antigo acampamento: ou de índios ou de calungas, pois havia todo um trabalho realizado como: nivelamento do solo, um fogareiro tripé feito de pedras (que com alguns retoques foi meu fogão por uns dias). Também havia uma espécia de proteção ao redor do terreno feito por pedras. eles não acreditaram nessa possibilidade e disseram que deveria ser um acampamento de lenhadores ou outros que fizeram a cerca, ainda insisti que fossem comigo ao local para verificarem, mas não o fizeram. Portanto quero acreditar que eram primitivos e que fora um lar de uma família.
quarta-feira, 14 de outubro de 2020
Minhas viagens 163
Fiz uma colher de pau logo quando fui cozinhar, usei madeira de lei, que tinha sido quebrada provavelmente por touros em confronto e imaginando algum ataque enquanto estivesse cozinhando resolvi afinar o cabo dela, se algo me surpreendesse eu estaria com uma ferramenta penetrante já em mão e assim me sentia mais seguro, sempre com a faca e facão muito próximos. Tinha muitas tarefas a desenvolver: Secava a barraca todos os dias, pois o tempo tornou-se chuvoso por algumas semanas; pegar lenha, por ao sol; resolvi fazer uma base de areia para minha barraca. Buscava a uns sete metros de distância, não me lembro se usava um prato ou colher para fazê-lo. Protegia minha barraca do sol, que aliás a parte de trás dela ficava a menos de dois metros de um pequeno barranco que dava também para o pequeno córrego já na área definitiva, óbvio.
segunda-feira, 12 de outubro de 2020
Minhas viagens 162
Passei uma noite com a barraca na mesma posição e após preparar-me para a segunda noite, reparei que havia uma árvore ameaçando cair e seria sobre ela. Então pensei: se ela não caiu até hoje não faria sentido cair logo nesta noite. Vou ficar aqui e amanhã mudo de lugar. Além das onças imaginava que poderia haver outros animais predadores, sei lá. As noites eram realmente tenebrosas, na do pesadelo em especial tive a impressão que algo esbarrou na barraca pressionando-a contra a minha cabeça imaginei que poderia ser uma monstruosa sucuri. Por isto sempre ao meu imediato alcance estava a faca tipo peixeira que seria usada se algo me atacasse na barraca e o facão para outra situação.
sexta-feira, 9 de outubro de 2020
Minhas viagens 161
Meu primeiro grande pesadelo foi sonhar que estava no meio do nada dentro de uma barraca e que passaria quarenta dias assim. Quando acordei assustado me desesperei, fiquei sentado por alguns segundos e não vi outra saída a não ser deitar-me e pedir a Deus que adormece-se logo, pois não suportei aquele momento, simplesmente surreal. Logo adormeci, esses pesadelos me acompanharam por quase todas as noites, porém com menor intensidade.
quarta-feira, 7 de outubro de 2020
Minhas viagens 160
Comi mais algumas coisas prontas naquele dia e resolvi que no outro faria um arroz. Tinha levado bananas, dois abacates, duas ou três sardinhas, a rapadura, oitocentas gramas de leite em pó, açúcar a vontade, um pouco de aveia, uma massa para cuscuz, farinha, alho, cebola, batata doce, batatinha, óleo, sal, três panelas, uma colher, uma faca de corte e um facão. Ah! Tinha pegado hortelã verde e achando-o após tantos dias ele se encontrava bastante deteriorado, mas fiz uma seleção e após o arroz um chá do que havia restado.
segunda-feira, 5 de outubro de 2020
Minhas viagens 159
No deslocamento eu levava uma das três bagagens por vez e sempre achava a mochila muito desconfortável e imaginava como haviam feito ela daquela forma, até que olhando direito percebi que não era uma mochila e sim uma sacola, dessas com rodas e por tê-la encontrada dependurada no barraco em que passara quase um ano, até quando a preparei para a viagem continuei achando que fosse uma mochila pela posição que ela se encontrava, mesmo o dono dela ter me alertado que não era e meu cunhado ao descê-la do carro disse a mesma coisa. Minha mente queria que fosse e pronto, até meu corpo identificar que não poderia ser..."uma mochila".
sexta-feira, 2 de outubro de 2020
Minhas viagens 158
Ao amanhecer resolvi andar um pouco mais, tendo demorado a encontrar uma de minhas bagagens no percurso, após achá-la fui sem nada, marcando bem o caminho antes de deslocá-las, a principio já havia alguns animais: vacas, cavalos e um caminho largo como se passá-se algum automóvel ou carroça. Prossegui por ela e adiante percebi que havia buracos abertos para uma cerca e a cada passo aparentemente percebia-se mais ações humanas. Até que me deparei com uma casa no alto do morro e vi que não seria prudente ficar por ali e correr risco. Voltei e procurei um outro local, encontrei, lá ficaria uns dias acampado até pensar em algo.