Um acontecimento
estranho foi quando assim que ele começou seus serviços, que eram mais
dedicados à ornamentação: rosas, palmas e etc. ou produção de mudas (inclusive
ele tentou me ensinar a fazer alguns enxertos). Um dia o acompanhei a chácara
do americano, para obtermos sementes de limão, a fim de fazermos cavalos (planta
que serve de base para o enxerto), assim que ela atinge o tamanha ideal,
retira-se uma parte dela e clava uma outra da planta que se deseja cultivar, a
maioria das frutas cítricas, rosas, e muitas outras procedem desta técnica. Bem,
o fato estranho mesmo foi ele ter comunicado à minha mãe, que os cachorros o
atrapalhariam muito, e se ela permitisse, ele os mataria. Tendo ela cedido ele
matou dois ou três cães e os enterrou junto a restos vegetais, próximo a casa,
dizendo que daria um ótimo esterco. Lembro-me de ver um dos crânios dos cães
quando ele desenterrou a mistura, alguns meses após, não me abalei com aquele episódio,
mas achei muito estranho. Ah! Fiquei muito decepcionado quando soube que apenas
um ou dois dos meus enxertos deram certo, e nunca mais mexi com aquilo.
Pretendo discorrer pausadamente e tentar provar que não há verdade absoluta no meio em que acreditamos viver.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
Epístola
“Feliz natal”... Que
tipo de sentimento nos ocorre nesta data, seria uma mistura de profano e
sagrado, animal e espiritual. Para os que não sabem, estudos me revelaram que
historicamente, aproveitaram a data de uma grande festividade pagã, e lhe
incorporaram o aniversário do Cordeiro. Pelos estudiosos da área não há
concordância, em ano, mês, e nem dia entre as duas. Seria esta a explicação
deste sentimento que nos acomete nesta época. Em meus primeiros contatos com a
bíblia, não pude achar muita relação, entre o que ela descreve, e o que reza a
instituição que na época eu dizia fazer parte (Católica). Pensei que deveria
ler mais alguns livros, porém uma opção imediata foi estudar página por página,
chegando ao Cristo não entendi, porque Ele mandava os discípulos sem duas
túnicas, sem dinheiro, ou mantimentos. Amar ao próximo é fácil, mas andar sem
lenço e documento é absurdo, pensei. Porque Ele recomendaria isto? Passado alguns
anos, ainda envolvido em meus estudos, saí com a roupa do corpo e creio que
calcei uma sandália daquelas, tipo Barrabás (alusão a um antigo filme). Disse
aos meus familiares que viajaria: de dia carregava um casaco de couro, um novo
testamento e a identidade em uma sacola de mercado, à noite quando frio vestia
o paletó e dividia nos bolsos as outras coisas. Após um momento estressante em
Santa Maria, acreditei que poderia ser por estar carregando uma pequena
quantidade de dinheiro, (joguei-o fora), e em bom Jesus da Lapa resolvi interromper
minha curta viagem. Até hoje me pergunto em relação ao sagrado e ao profano:
estarei eu errado em meus pensamentos e todo mundo certo ou poderá ser o contrário?
Estou disposto a realizar mais algumas experiências. Ah! Na viagem nada me
faltou, e eu me sentia realmente imortal, e provavelmente naqueles dias fui...
Enquanto isto o que posso dizer? A não ser desejar-lhes um “feliz natal”.
sábado, 20 de dezembro de 2014
PMM - Eu Sou Deus 9ª Parte
Como surge a vida? Foi a segunda pergunta, e procedeu da
área reservada às celebridades, a qual Eu Sou Deus respondeu:
-
Vou levar em conta que essa indagação se refira a este planeta em particular. Se
bem que, em outros tantos esparramados por este universo, aliás, em todos, ela
se origina da mesma maneira, e é inconcebível que essa ideia não tenha sido
ainda divulgada, porque, com certeza, alguns ou vários cientistas, ou qualquer outro
com bom senso, sabe que, na natureza, as principais características se repetem
em diversas formas e pelo Universo não é diferente: são órbitas, Sistemas
Solares, Galáxias e etc. Já foram descobertos elementos que se ajuntam para formar
a vida e todos, segundo a física, se originam do Big Bang. Através de várias
metamorfoses um dia recebem a vida, então porque ela só existiria aqui? Não tenham
dúvida: este é um planeta especial por ter recebido um filho do Altíssimo, que
para vos é o Cristo, porém isto ocorreu bilhões de anos após a implantação da
vida, e esta começa quando os elementos se agrupam, e no instante da formação
do lodo em meio à água salgada, o plasma ou energia desconhecida por nós, vinda
da principal esfera do Universo é injetada na matéria, e daí vem que antes
temos: o mineral, logo o vegetal e depois o animal, por fim, a última forma que
infelizmente poucos entre vós entendem, que é a espiritual. A vida vem do Espírito
e a Ele retornará um dia. Os que não conseguem compreender estas coisas
seguirão o caminho inverso. Aqueles que não se espiritualizarem regredirão do
animal desarraigado do espírito, em marcha evolucionária contrária, e num tempo
reduzidíssimo, rapidamente se fará lodo e ao pó retornará.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
PMM 157
Domingo último precisei
de atendimento médico, dirigi-me a rede pública, cheguei um pouco antes das 18 horas
e de imediato uma péssima noticia: “a médica passou mal”. A clínica geral já próximo
ao término do plantão atendeu dois ou três pacientes gravíssimos, sendo que um sucumbiu
e ela segundo me disseram uma doutora ainda jovem, provavelmente não conteve o
estresse e o excesso de trabalho, tendo várias convulsões consecutivas, o que
levou todos que puderam ir ao seu socorro, tendo em seguida sido encaminhada a
nosso hospital maior, ou ao que ela tinha direito “o de Base”. Não sei seu
estado atual de saúde, mas sei que a saúde do Estado continua um caos.
Um casal aparentemente de baixa renda ou menor que a
minha, puxaram conversa, e acabaram perguntando aonde eu morava: - Samambaia. –
ah! Também moramos lá. Questionei a pessoa que me acompanhava se poderíamos levá-los
em casa. – dexa pra lá, não se envolve não. No final apesar de termos chegado
um pouco depois, fomos liberados antes deles. Ficamos sem saber se os esperaríamos
e em alguns minutos, percebemos que eles ainda não haviam sidos atendidos. A
uma curta distância os observamos, então virando as costas partimos. Já se passava
das onze horas e a conversa que ouvíamos ao redor demonstrava a principal
preocupação de todos: - como voltaremos para casa? A partir daí, e por outras
coisas semelhantes arrependo-me de dizer “cristão. Quando me perguntam a qual religião
eu pertenço. Talvez fosse melhor dizer: ateu, católico, muçulmano,
crente,budista,judeu,Batista,espírita,mórmon,Universal e etc. porque assim
desvincularia Seu nome desta forma de discussão. Pois seu principal mandamento não
foi “ama ao teu próximo como a ti mesmo ou como Eu vos amei.” Eu estando na condição
daquele casal, me negaria ajuda? E se fossem meus irmãos na carne, não os
esperaria? Não, não mereço me considerar cristão.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
RMM – Autobiografia 181
Acho que quando o Tirêu
e o Valdir foram embora, ou ainda estando eles na chácara, minha mãe arrumou um
meeiro (trabalhador em que o proprietário da terra lhe prove de todos os meios
para que produza excluídos os gastos pessoais, alimentação etc. E no final
dividem o produto das vendas ao meio). Cazu Yamura, não sei se era nascido no
Japão ou não, tinha uma esposa: jovem, magra chamada Sirene, havia comentários
que ele a conheceu na zona (tirada da zona: era o termo que usávamos). Um dos
fatos mais marcantes envolvendo-os foi quando realizávamos uma grande festa em
minha casa, e a Sirene ficou até ao anoitecer, sempre rodeada por alguns homens
em conversações. Quando de repente o Cazu apareceu e a esbofeteou, ou deu um
murro em seu rosto em meio a todos, que muito se irritaram e quase o agrediram,
porém o pessoal do deixa disso evitou o pior. Desses homens o mais irritado,
que me recordo era o Saaveda e também o padre Artêmio. O Cazu ficava o tempo
todo pedindo-lhes desculpa, enquanto se abaixava naquele gesto característico
dos japoneses, inclinando o corpo da cintura para cima em direção ao outro.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
RMM – Autobiografia 180
O Valdirão era um
goiano que na época veio de Nova Veneza, dele tenho poucas lembranças, só sei
que se dava muito bem com seu companheiro de serviço, o Tirêu e também com o
Júnior. Os dois foram os primeiros trabalhadores remunerados da chácara, também
me lembro de que ele tinha mania de dizer a quase todo instante como que
falando só, a expressão, “Aimêê!” e outra ainda “audácia da pilombêta!”. Depois
de muitos anos ouvi a última numa radio A.M do Goiás, e a primeira acho que se
referia a uma aparentada nossa, que tinha por nome não sei se poderia ser
apelido, mas a pronuncia que eu ouvia e ouço é essa “Aimê”. O que mais marcou
com referência a ele foi que perto de sair do emprego, pediu a minha mãe que
lhe comprasse um gravador, estilo “juruna”. Após pagar a primeira mensalidade
tendo ele ido embora não pagou as outras, creio que faltava onze, que minha mãe
foi obrigada a saná-las e reclamou durante anos por esse fato.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
PMM 156
Sexta, numa reunião de
amigos de meus filhos subsequentemente nossos, no início da madrugada a tranquilidade
foi quebrada, quando um jovem exclamou: - meu celular sumiu. Instantaneamente
recordei, quando há alguns anos atrás minha irmã mais velha anunciou em um
microfone “sumiu uma câmera”, ou celular sei lá (não dou a mínima para essas
coisas). “Ninguém sai enquanto ela não aparecer”. Fiquei muito envergonhado e tanto
lá quanto aqui até de mim suspeitei. De volta ao presente. Gritei: - ninguém entra
ninguém sai em homenagem a minha irmã, e pegando meu celular pedi que me dessem
o número do outro, neste ínterim uma moça que tinha vindo com o rapaz disse que
estava chamando e ninguém atendia. A tortura não durou mais que quatro minutos
finalizando quando exclamei: - você merece dois cascudos, dois não três, aliás,
um de cada dos presentes bem dado, após ele anunciar ter encontrado o aparelho
no porta-luvas do seu carro. Dirigiu-se a mim pedindo desculpa. – tudo bem, mas
não faça mais isso. Nas recordações me veio ainda quando numa festinha de um
casal de amigos, o dono da casa ameaçava bater em sua filha, uma jovem no final
da adolescência, após a confusão fiquei sabendo que ela havia dado o alarme “sumiu
meu celular” e seu pai em meio à discussão dizia: - o celular é seu a festa é
minha, você não tinha o direito de desrespeitar meus convidados por causa desta
porcaria, que falasse comigo em particular que eu saberia o que fazer, e que
isto não se repita jamais em nosso lar.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
RMM – Autobiografia 179
Um dia retornamos da
fazenda na carroceria da c10 coberta pela lona, alguém fez a indelicadeza de
soltar um... Então o Tirêu começou a me perturbar. Dizendo ter sido eu, em
defesa e resposta jogava a culpa nele, enquanto isso uma recente empregada
nossa: - jovem negra, porém muita robusta vinda do Piauí achava graça do Tirêu
me zoar, aí resolvi jogar a culpa nela, subitamente ela agarrou uma das varas
de pescar e me ameaçou, dizendo: - não me aperreia menino você não me aperreia.
Com uma feição muito irada. Pensei realmente que iria apanhar e nunca tinha
ouvido aquela expressão “aperreia”. O Tirêu achou isto tudo a coisa melhor do
mundo. A partir daí fiquei no meu canto quieto, sem mencionar nenhuma palavra,
enquanto ele se acabava em risos. Num certo dia ele chegou a mim com as malas
na mão e disse “agora seis pode ficar feliz to indo embora”. Achei estranho e
nada falei, foi um momento triste, mas também de alivio. Logo após nos deixar,
nosso relacionamento mudou, e em poucos anos nos tornamos amigos. Até os dias
de hoje sempre quando vou à Nova Veneza, faço questão de visitá-lo. E lá temos
que passar por um certo ritual, que é experimentar a variedade de pingas que
sempre lhe presenteiam.
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
RMM – Autobiografia 178
Nas raras vezes que
íamos à Nova Veneza na companhia dele, estranhava muito ele brincar com as
outras crianças. Pensava: - nos trata tão mal e aqui se relaciona tão bem com
as meninas da tia Nega. Mas, com o Toninho, por mais estranho que possa parecer,
até hoje tem problemas. A diversão dele é perturbar o Titonim até deixá-lo
muito irritado, quando meus avós eram vivos o normal era eles intervirem, e
atualmente normalmente algumas pessoas ainda intervém. Eu quando presente
infelizmente não consigo deixar de achar graça, e dou muitas gargalhadas.
Realmente o Tirêu é um cara diferente. Mas também havia algumas brincadeiras
que ele nos proporcionava: - aquela que mais gostava era quando ele nos
colocava na carriola (carrinho de mão) e corria pra lá e pra cá. Ficava um pouco
temeroso pensando que de repente ele pudesse nos machucar propositadamente, mas
nestas aventuras isto nunca ocorreu, também vira e meche amarrava cordas pelas
árvores para balançarmos.
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