sexta-feira, 29 de março de 2013

PMM 81

"E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o sol;
E rasgou-se ao meio o véu do templo. 
E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou.
E o centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo.
E toda a multidão que se ajuntara a este espetáculo, vendo o que havia acontecido, voltava batendo nos peitos.
E todos os seus conhecidos, e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a Galiléia, estavam de longe vendo estas coisas. "

quinta-feira, 28 de março de 2013

RMM - Autobiografia 21

      Também até esta época lembro-me de às vezes ir comprar alguma coisa, nas mercearias e padarias próximas: O pão era enrolado em papel, da mesma forma açúcar, arroz e feijão(O qual no mínimo 10% era composto de pedras), etc. Eram pegados em tonéis e colocados em sacos de papel, às vezes comprava-se embalados como hoje, em plásticos, que já serviam de pasta para levar os materiais escolares, que normalmente pelo menos na minha família se compunham de um ou dois cadernos pequenos, um lápis e eventualmente borracha e régua que eram compartilhado por nós. A carne era mais higiênica as embrulhavam em jornais. O pior para mim era comprar fósforo, tentava falar a palavra, até ensaiava e repetia várias vezes no caminho, mas dificilmente poderia ser compreendido, da mesma forma meu nome que só consegui pronunciar entre meus 4 e 5 anos, antes era apenas “Maco”.
      As latinhas de extrato ou sardinhas na falta do gás, eram usadas devidamente abastecidas com álcool, como fogareiro(A comida ficava mais saborosa). O ferro de passar roupa era a carvão.

quarta-feira, 27 de março de 2013

PMM 80

           Apenas para frisar, estes dias segundo meus estudos, coincidem com a tortura e assassinato “Daquele que veio para o que era seu, e não foi reconhecido”, será que se ele viesse em nossos dias se portando como um mortal, mesmo demonstrando toda sua inteligência na medida que algumas mentes pudessem compreender, sem milagres e nada de extraordinário, nós O aceitaríamos?
           Portanto para aqueles que se dizem cristãos, recomendo meditação, muita meditação nesses dias, pois ele sofreu muito por nós e pelo que posso perceber, muito pouco temos feito devido a este fato.

terça-feira, 26 de março de 2013

RMM - Autobiografia 20

        Esta casa que parte desabou, ficava a uns 300m de um terreno que meu pai tinha, onde tentava construir um posto de gasolina. Havendo alguns trabalhadores na obra, inclusive meu tio, me encontrava no inicio do caminho de minha casa, porém próximo ao lote, então me deparei com uma pequena criatura de cores vivas, peguei um graveto de mesmo comprimento ou menos que o bicho e fiquei empurrando-o de um a outro lado sem machucá-lo, de repente pegaram-me pelos braços. -Menino que isso, você tá doido? Era meu tio e a criatura uma cobra coral, aí foi aquele alvoroço. Puseram numa garrafa com água e mais tarde substituíram-na por álcool. Fiquei o tempo todo olhando-a até ela perder a vida, o que me deixou muito triste. No outro dia minha mãe disse que eu tive pesadelos a noite e gritei muito. -Olha a cobra!

sexta-feira, 22 de março de 2013

RMM - Autobiografia 19

         Decisão da copa de 70: Fomos ver o jogo na casa da minha tia, pois até então não tínhamos televisão, meu tio foi soltar um foguete e creio que devido a embriaguês ou não, os fogos estouraram em sua mão, ficou com muitas dores, mas não houve sequelas. Ao sairmos e passarmos pela praça do relógio no centro de taguatinga, alguns rapazes se aproximaram para tirar satisfação com meu pai, pois a todo tempo ele bradava “Itália”, e na sequência falava algumas palavras em baixo tom, tipo como dizia o saudoso Chico Anísio “sifunaro”. Porém ele não quis se explicar e agarrando um pela camisa o ameaçava, mas seguindo o pedido da minha mãe, e de meus irmãos mais velhos, o largou e se retiraram. Ao chegar em casa era só alegria, mas ele foi terminar de comemorar num “buteco” enquanto minha mãe preparava uns inhoques que seria levado para tira-gosto, não me lembro se alguém veio e lhe disse algo, creio que sim, mas como o inhoque estava pronto ela colocou em uma bandeja e fomos ao local. O clima estava tenso, a comemoração havia acabado, e meu pai se encontrava em uma pilastra ensanguentado, arranhado e sujo de terra, pelo visto alguém havia o empurrado, mas na hora eu não fiquei sabendo quem poderia ter sido, apenas lembro de minha mãe perguntando “Oh Dilon o que aconteceu?” e alguns diziam que ela deveria levar a travessa de volta, porém exitando falou que fez o inhoque para eles(como se dissesse: eu fiz a minha parte e vocês?). Por alguns instantes ficaram todos se entre olhando em silêncio e tristeza.
         Esta foi a primeira confusão que vi meu pai envolvido, mas vocês não fazem idéia em quantas outras ele se enfiou, nos últimos anos de sua vida. Interrompendo a sequência: Encontravam-se eu, meu finado irmão e meu pai, sendo que eu já adulto, acima dos dezessete(moleque sarado, não de academia, mas de serviços pesados e exercícios no campo, meu irmão ídem, porém bem mais forte), num bar que frequentávamos na Vila Matias “Bar do velho”, e saindo dele fomos a outro que eu não conhecia, ao chegar meu irmão e pai cumprimentaram o dono, como se o conhecessem, e em pouco tempo meu pai já alterado, falava algumas coisas para aquele senhor, e com as costas dos dedos lhe dava uns “tecos” no peito, e estes passaram a ser cada vez mais fortes e frequentes, por último o homem com olhos aguados e com uma aparência muito amedrontada pediu que ele parasse, então eu e o Júnior o seguramos e pagando a conta o pusemos no carro, e saímos discutimos por alguns instantes essa sua atitude, depois de muitos anos já na ausência de meu pai e também do meu irmão neste mundo, fiz em minha mente uma associação de fatos, e cheguei a conclusão que aquele senhor deveria ser, o responsável por aquela lamentável cena que presenciei quando criança, e após mais de década pude ver meu pai se vingar do seu agressor. Não tenho certeza a não ser que encontrasse aquele homem e o perguntasse, mas mesmo assim a poucos anos atrás relatei este fato aos meus familiares

quinta-feira, 21 de março de 2013

Epístola de Março

         Nos últimos anos de minha adolescência fui surpreendido ao ouvir dizer (não me lembro de quem), que meu pai teria terminado seu mandato de prefeito sob suspeita de ter desviado certa verba(fiquei muito entristecido com isso). Dias após me encontrei com o Saavedra, compadre e conterrâneo dele, e numa conversa particular relatei este fato e lhe perguntei se ele sabia de algo a respeito, então sem exitar disse-me que “O Dilon investiu muito do seu próprio dinheiro na cidade, e também exercia várias funções, chegando até mesmo a praticar serviços braçais em prol dela, e como sua saída foi de forma abrupta, ele não teve outra opção a não ser retirar o dinheiro que a prefeitura dispunha em caixa, para não sair com uma mão na frente e outra atrás”.
         Bem, onde quero chegar? Já que eles constantemente se associam para usurpação do município por que não o fizeram para evitar que a cidade virasse esse caos. Falo principalmente dos buracos. Já que o principal eleito tem toda experiência em áreas urbanas, não seria correto acreditar que de alguma forma, mesmo retirando do seu próprio bolso(o que acredito não seria necessário) tivesse evitado este transtorno, até mesmo para os que visitam a cidade? E quanto aos que aqui residem? Isso não poderia ser considerado uma forma de tortura ou desrespeito a população?Será que ele ira falar como alguns relatam que seu antecessor dizia “Não devo nada a este povo, pois fui colocado aqui pela justiça”.

terça-feira, 19 de março de 2013

RMM - Autobiografia 18

           Nunca tive resistência a dores e até hoje se ouço falar em agulha me desespero, então lá estava minha mãe dentro de uma farmácia tentando me convencer que teria que tomar uma injeção, e eu me opondo, quando um cara me pegou pela mão e fomos em direção a um reservado separado por cortina, não me contive, num movimento brusco me soltei e corri, corri como nunca e o cara atrás bufando, tinha o dobro de meu tamanho, mas não foi páreo. Escondido atrás de um poste chorando e desolado, sem saber o que poderia ocorrer só percebi uma mão no meu pulso, e aquela fala com expressão raivosa “te peguei moleque”. Depois ouvi minha mãe dizer que me trataram com muita violência, mas não me entreguei e nem relaxei, talvez por isso tenha ficado mais traumatizado. Ah e também havia os supositórios que eram menos traumáticos, porém muito desagradáveis, mas a partir desta idade minha mãe me dava livre escolha, de eu mesmo poder colocá-los, e nisso passavam-se horas, ela me cobrando e eu dizendo que já colocaria. Lembro-me também de dores de cabeça, perna, braço e principalmente dente. Um dia eu pensei que estava com gases, mas não era só isso, então falei que meu irmão mais novo, havia feito um “serviço” e eu ao pisar escorreguei e cai sentado em cima, novamente minha mãe e irmãs insistiram que eu dissesse o que havia ocorrido, porém não me retratei.

sexta-feira, 15 de março de 2013

RMM - Autobiografia 17

        Em outro momento invadimos um barraco, era moradia de um casal que sempre estavam embriagados, mas neste dia não se encontravam. Foi uma ótima tarde, muitos meninos reunidos e fazendo diversas experiências, como misturas de várias coisas que encontrávamos na cozinha, após descoberto o episódio fui submetido a um interrogatório, porém fui inocentado por ser um dos mais jovens entre o grupo, havia também outras brincadeiras que eram mais constantes, como pic-esconde, pic-pega e salve latinha. Uma noite exageramos e passamos do horário, então ficamos sabendo que meu pai nos bateria. Depois de algum tempo exitando, nos apresentamos para o castigo, e em fila indiana cada um levou algumas cintadas, eu me encontrava por último e não fui submetido ao castigo.

quarta-feira, 13 de março de 2013

PMM 79

        Menos um filósofo e louco, no já culturalmente empobrecido Brasil e por que não universo, já que para muitos, somos os únicos senhores materializados ocupando a imensidade do cosmo.
        Não é vergonha alguma para os seus familiares esta forma de morte, mas creio que pelo momento de dor e luto deveriam ser resguardados de toda essa conduta que a mídia assume, em cooperação de pessoas pagas pelo Estado em tais episódios, e que tudo isso sirva de exemplo. E que em consequência desses dramas saibamos corrigir erros. Também acredito que os principais responsáveis por esta curta experiência de vida são estes “desequilibrados” que o confundiram em sua fé.

terça-feira, 12 de março de 2013

RMM - Autobiografia 16

Meu irmão mais velho tinha como companheiro um garoto chamado Wornes, que era quase da mesma idade, e sempre estava ocupado em alguma atividade lucrativa, como venda de picolé, fretes na feira com carrinhos fabricados por ele mesmo, etc. Com certeza essa amizade durou até o último momento neste mundo. Eles também andavam nos momentos de lazer, e às vezes eu os acompanhava, numa região de cerrado e várzea: Onde hoje situa-se alguns bairros de Brasília, como Areal, Arniqueiras e Águas Claras. Me lembro que na parte baixa havia muitas nascentes de águas límpidas, agora só tem pessoas e concretos. Víamos rãs e tentávamos pegá-las diziam que eram boas para comer, então em um determinado dia eu e mais duas ou três crianças, capturamos uma perereca e gastamos vários palitos de fósforo, queimando-a por toda parte. Aparentemente fui o primeiro a dar uma mordida, foi uma sensação horrível e é logico desistimos do feito. Mais tarde interrogado por minhas irmãs mais velhas e também minha mãe, sobre o que estávamos fazendo (por ver a quantidade de palitos riscados no chão), nada declarei.

sexta-feira, 8 de março de 2013

RMM - Autobiografia 15

          Esta casa tinha energia elétrica, mas creio que água encanada, não. Apesar de haver um vaso sanitário no banheiro, que após alguns meses começou a afundar o piso, e não parou mais. Era muito sinistro, mas convivemos por meses com isto, até que um certo dia, cedeu ao ponto de abrir algumas rachaduras no piso e parede, então ao chegar alguns contratados para arrumá-lo, tudo sucumbiu num buraco(fossa), juntamente com um dos operários, que conseguiu se agarrar nas beiradas e não tocou na substância pastosa.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Evolução (PMM 78)

Evolução
Evolution
Évolution
O início

            Toda nossa história provavelmente teve início num passado eterno, mais especificamente quando há trilhões de anos um Filho foi criado, e em dado momento Ele cercado por um corpo de auxiliares escolheu um espaço caótico, onde perceberam que poderiam dar início a um Universo. Sendo assim, com a benção do Pai, começou há bilhões de anos a formação de: estrelas, asteroides, planetas, etc. Talvez tudo oriundo de choques e explosões inimagináveis a nossas mentes. Como resultado, uma das últimas estrelas formadas em meio a todo caos é esta que nos fornece diversificadas formas de energia. Nesse sistema, um planeta foi criando forma global e, após várias metamorfoses, formaram-se ilhas rochosas circundadas por imensa quantidade de águas salgadas, o que tornou possível a implantação da vida (se um dia o homem juntar todo o seu conhecimento e todas as substâncias e condições necessárias para criar vida, e nisso tiver êxito, tudo em que acredito perderá o valor, pois o plasma da vida é importado, portando impossível de ser criado por nós). Esta iniciou-se de forma diminuta, e em algumas centenas de milhões de anos já ocupava todas as águas e ilhas em forma de animais gigantescos, gramas, árvores, etc. E deste emaranhado evolucionário resultou um primata, que descendo das árvores passou a andar sobre duas pernas e em poucos milhares de anos, já havia adquirido o dom da escolha.

terça-feira, 5 de março de 2013

RMM - Autobiografia 14

          Nesta época lembro-me, que normalmente lanchávamos farinha de mandioca ou milho, com água e açúcar, e esporadicamente usávamos leite, também às vezes dispúnhamos de cuscus, gemada, biju, etc.
          Passei uma tarde numa vizinha brincando com meu principal amigo, lanchamos farinha com leite e açúcar, ao chegar em casa apanhei, até pouco tempo pensava que era por ter feito esse lanche, pois minha mãe citou esse fato enquanto me batia. Hoje desconfio que foi por ter ficado muito tempo fora de casa, ou então por ambas as coisas.
          Minha mãe sempre tinha algum rádio sintonizado em amplitude modulada, no qual já escutávamos, Roberto Carlos, Martinho da Vila, Beatles, Ellis, etc.
          Nesta época ela me colocou em uma escola particular: Era um barracão de madeira bem trabalhado, mas já se encontravam escurecidas devido a ação do tempo, e a professora era uma jovem senhora com idade aproximada a de minha mãe. Até hoje minha irmã fala: -Você foi o único que estudou em escola particular e ainda reprovou.

sexta-feira, 1 de março de 2013

RMM - Autobiografia 13

               Morávamos numa construção de alvenaria, no fundo de um quintal cercado por arame farpado. Me encontrando na casa de um vizinho, vi uma espécie de homem do campo, de cor morena e com uma peneira levantada acima da cabeça, assim da forma que surgiu, sumiu. Semelhantemente vi também um homem com traje de vaqueiro em minha própria casa, não sei como nem por que, mas os vi acima de um plano material e não tive medo.