sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

RMM 110

          Após passar a noite na delegacia, ou até mesmo quando aceitei o prato de comida do religioso, resolvi terminar minha viagem. Sendo assim ao entardecer efetuei a travessia do velho Chico em uma balsa repleta de veículos. Cheguei do outro lado já numa das últimas embarcações, pois elas cessavam o trabalho antes de escurecer. Então fiquei entre o guichê de passagem (tentando uma cortesia) e os veículos que saiam das balsas (tentando carona), mas estava difícil tanto um como o outro. 
          Nesse ínterim, uma mocinha se preocupava e mostrava muita presteza para comigo e sempre que possível estava ao meu lado tentando de alguma forma me ajudar e já me ajudando, só por essa conduta. Não consigo me lembrar se consegui dinheiro com as pessoas para a passagem ou uma cortesia da empresa, ou ambas as coisas, mas sei que no instante final que precedeu minha partida aquela jovem moça me presenteou com uma lata de sardinha. Exitei, mas ela insistiu, então peguei; e ela abraçou-me, beijou-me e nunca mais nos vimos. Desconfiei que ela tivesse pegado a sardinha sem que o dono soubesse, pois ela era ajudante de um senhor que provavelmente seria o proprietário de uma espécie de mercearia, e a preocupação e tempo que ela dispusera a me auxiliar muito o incomodava.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente aqui