sexta-feira, 12 de julho de 2013

RMM – Autobiografia 49

Vira e mexe aconteciam comentários entre nós sobre alguma coisa relacionada ao sobrenatural. Um dos itens mais intrigantes era o da estante; outro era sobre o pequeno carro de mão que meu irmão fazia fretes, principalmente na feira.
Conta a minha mãe que numa noite meu pai levantou duas vezes por ouvir que alguém estava carregando o carrinho. E, ao ouvir três vezes, disse que não mais se levantaria, pois, aparentemente, se tratava de algo assombroso.

Em outra noite, me encontrava no berço brincando com meus irmãos mais novos; minhas irmãs mais velhas estavam próximas enquanto minha mãe se encontrava na cozinha; por coincidência, os homens mais velhos (agora definitivamente ausentes) não estavam, pois ainda era cedo, não passando das oito e pouco da noite. Tudo estava dentro da normalidade quando, de repente, ouvimos um alto som, como um estrondo, e todos os olhos viram caindo papéis escritos, como se fossem jornais soltos de uma só vez, ecoando o som característico dessa queda; até, finalmente, atingir o chão. Em meu pânico, pulei para a cama de minha mãe, onde as mais velhas já se encontravam, ficamos os três paralisados e amontoados sem movimento ou fala. Minha mãe nos confortava passando a mão pelos nossos corpos e pedindo-nos calma, calma! Quando começamos a relaxar, ela se sentiu a vontade para recolher as dezenas ou centenas de quilos de papéis que havíamos visto pelo chão. Mas já não estavam lá. Então, em meus pensamentos, acreditei que ela não nos retiraria dali e dormiríamos com ela assim como estávamos. Mas, ao final, após meu pai e irmão regressarem e ouvirem dela o ocorrido, fomos convidados a nos encaminharmos às nossas camas.   

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