quarta-feira, 19 de junho de 2013

Epístola de Junho

Não estava entendendo essas manifestações, talvez por não me interessar por facebook, então procurei me informar com os mais jovens. “Isto é por causa dos 20 centavos? Estúpidos. Pensam que sim.” Mas, ao ver no noticiário pela manhã, a imagem de um homem de costas e mãos para o alto levar um tiro de borracha a uma distância de quatro metros e, logo após, nosso secretário de segurança pública dizer que a operação foi perfeita, indignei-me. E, logo mais, já na hora de deitar, meu filho disse-me que a Mayara (minha filha) havia chamado o Rodrigo (meu sobrinho) para participar da grande manifestação que haveria no dia seguinte. Este respondeu que só iria se eu fosse.

Já disse que estou velho para essas coisas, mas, amadurecendo a ideia, acabamos por ir. Foi uma verdadeira terapia. Xingamos todos os que mereciam ser xingados, como Sarney, Renan, Agnelo, Sandro Avelar (pelo que havia pronunciado), etc. Então, olhando os cartazes pude compreender quais são as reivindicações. Para essa classe que diz não saber o que queremos, faça uma coletânea de todas as imagens dos cartazes e das palavras de ordem e reúna pessoas capacitadas para fazerem uma sinopse. Isto será fácil, e já era para ter sido feito. Cabe-me agradecer à Dilma, pois, tenho certeza que a ordem de não violência adotada pelos agentes públicos do policiamento, dela partiu; e fica a esperança que, assim como ocorreu há duas décadas, essa nova geração de caras pintadas só cesse quando ver cumpridas as suas reivindicações. Nunca esquecendo que essa última tem um peso bem maior e complexo que a primeira. E, talvez, possamos cuspir o lixo de volta a eles. “Brasil, ame-o ou deixe-o”. 

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