Não estava entendendo essas manifestações, talvez
por não me interessar por facebook, então procurei me informar com os mais
jovens. “Isto é por causa dos 20 centavos? Estúpidos. Pensam que sim.” Mas, ao
ver no noticiário pela manhã, a imagem de um homem de costas e mãos para o alto
levar um tiro de borracha a uma distância de quatro metros e, logo após, nosso
secretário de segurança pública dizer que a operação foi perfeita, indignei-me.
E, logo mais, já na hora de deitar, meu filho disse-me que a Mayara (minha
filha) havia chamado o Rodrigo (meu sobrinho) para participar da grande
manifestação que haveria no dia seguinte. Este respondeu que só iria se eu
fosse.
Já disse que estou velho para essas coisas, mas,
amadurecendo a ideia, acabamos por ir. Foi uma verdadeira terapia. Xingamos todos
os que mereciam ser xingados, como Sarney, Renan, Agnelo, Sandro Avelar (pelo
que havia pronunciado), etc. Então, olhando os cartazes pude compreender quais
são as reivindicações. Para essa classe que diz não saber o que queremos, faça
uma coletânea de todas as imagens dos cartazes e das palavras de ordem e reúna pessoas
capacitadas para fazerem uma sinopse. Isto será fácil, e já era para ter sido
feito. Cabe-me agradecer à Dilma, pois, tenho certeza que a ordem de não
violência adotada pelos agentes públicos do policiamento, dela partiu; e fica a
esperança que, assim como ocorreu há duas décadas, essa nova geração de caras
pintadas só cesse quando ver cumpridas as suas reivindicações. Nunca esquecendo
que essa última tem um peso bem maior e complexo que a primeira. E, talvez,
possamos cuspir o lixo de volta a eles. “Brasil, ame-o ou deixe-o”.
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