Minha rotina foi
dilacerada: - não tenho mais meu sofá, aonde descansava tendo o controle ao
alcance das mãos, assistindo a patéticas programações entre curtos coxilos; a
mesa em que escrevia? Não, não tenho mais. Não me alegrarei mais com as
brincadeiras das meninas da padaria. E o pessoal do mercado? A neginha? O neginho?
Betão? Zé Maria? Hilton? Valmir? Seu Maurício? Moreira? Marreco? Cezinha? Costa?
E o Henrique nosso policial roqueiro? E meus vizinhos? Rui? Edna? Gabriel? Celo?
Galega loca? E a pequena Ana Clara com a Maria Helena, por onde andara o Jô? Meu computador? Minha cama? Meu travesseiro?
Meus filhos? E o corpo que me aquecia e alimentava minhas fantasias? Não. Fio de
cabelo? Colcha de retalho? Não. Não, mas no sacrifice. No sacrifice. Não, não merecia
isso.
Enquanto em meus devaneios criaturas me dizem: “Marco, tu
bem sabes que não é questão de merecer ou desmerecer, nem matrimonial. Será que
da sua mente se perdeu as palavras do seu amigo Jonas? Que dizia: - você não e
igual à gente não, Marcão, é eu sei, você é diferente de nóis. Pois bem,
segundo as palavras de Jonas você poderá dizer a todos, que representa o outro
na atualidade, e que também será engolido pela baleia, mas não por três dias,
mas 7x7. E quando saíres dirás a todos os habitantes da grande Nínive: - chegou
o momento em que cada um em seu livre arbítrio deverá escolher: seguir o bem e
tudo que lhe acompanha ou continuarem em seus maus caminhos e por conseguinte,
num merecimento confesso, sofrerem todo o mal que neste planeta se encerrará
com o aniquilamento.
Um coração que sofre!!!
ResponderExcluir