segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

PMM 162

        Minha rotina foi dilacerada: - não tenho mais meu sofá, aonde descansava tendo o controle ao alcance das mãos, assistindo a patéticas programações entre curtos coxilos; a mesa em que escrevia? Não, não tenho mais. Não me alegrarei mais com as brincadeiras das meninas da padaria. E o pessoal do mercado? A neginha? O neginho? Betão? Zé Maria? Hilton? Valmir? Seu Maurício? Moreira? Marreco? Cezinha? Costa? E o Henrique nosso policial roqueiro? E meus vizinhos? Rui? Edna? Gabriel? Celo? Galega loca? E a pequena Ana Clara com a Maria Helena, por onde andara o Jô?  Meu computador? Minha cama? Meu travesseiro? Meus filhos? E o corpo que me aquecia e alimentava minhas fantasias? Não. Fio de cabelo? Colcha de retalho? Não. Não, mas no sacrifice. No sacrifice. Não, não merecia isso.

            Enquanto em meus devaneios criaturas me dizem: “Marco, tu bem sabes que não é questão de merecer ou desmerecer, nem matrimonial. Será que da sua mente se perdeu as palavras do seu amigo Jonas? Que dizia: - você não e igual à gente não, Marcão, é eu sei, você é diferente de nóis. Pois bem, segundo as palavras de Jonas você poderá dizer a todos, que representa o outro na atualidade, e que também será engolido pela baleia, mas não por três dias, mas 7x7. E quando saíres dirás a todos os habitantes da grande Nínive: - chegou o momento em que cada um em seu livre arbítrio deverá escolher: seguir o bem e tudo que lhe acompanha ou continuarem em seus maus caminhos e por conseguinte, num merecimento confesso, sofrerem todo o mal que neste planeta se encerrará com o aniquilamento.  

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